quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A origem do conflito entre Israel e Palestina Parte II

A partir do momento em que os árabes muçulmanos não aceitaram a divisão de seus territórios, Israel, o recém criado Estado, invade as áreas palestinas num conflito que em que ele sai vencedor. Após essa guerra houve mais outras três, todas com desfecho favorável a Israel, militarmente mais forte e que hoje conta com o apoio de países também militarmente fortes, como os EUA, seu fiel parceiro.
Além de ser belicamente superior, Israel possui uma característica expansionista e racista, principalmente no que diz respeito à religiosidade, embora os árabes também defendam arduamente seus dogmas. Com as quatro guerras entre Israel e Palestina o resultado foi um expressivo aumento de território judeu, todos decorrentes de invasões a áreas ocupadas pelos muçulmanos, e que mesmo com uma determinação de devolução dessas terras dada pela ONU, o país recusou-se a atender.
Diante de tantos conflitos e atrocidades praticados entre os dois povos, várias tentativas de acordos de paz foram feitas a partir do final da década de 1970, boa parte delas com a intermediação de outros países. Denominam-se tentativas de paz porque nunca foram efetivamente consolidadas, algumas por parte da própria população que não as aceitavam por serem negociações feitas somente entre seus líderes e não sob consulta das respectivas nações; outras por conta de radicais e extremistas, cada qual defendendo seu lado, onde israelenses afirmam que não se negocia com árabes, pois são todos terroristas, e os árabes que justificam suas posições dizendo que Israel não deveria ser reconhecido como estado e sim combatido até a sua derrota final.
Em meio a essa confusão generalizada que se tornou o Oriente Médio, ao analisá-la por um ângulo imparcial e independente de qualquer manipulação, pode-se chegar ao consenso de que a Palestina pertence aos dois povos, e que, portanto não é de exclusividade dos judeus, o que torna a sua ação autoritária, truculenta e xenófoba num dos maiores crimes da atualidade.
Se judeus foram expulsos e massacrados durante séculos, os árabes não têm nada a ver com esse fato, e sendo assim não tira o direito deles exigiram seus territórios de volta e na forma de um estado independente. Além do mais se o ocidente tem um peso na consciência em relação ao que foi feito aos judeus, os palestinos não podem ser responsabilizados.
Tudo isso poderia ser resolvido se fosse criado um estado israelense e um palestino, independentes e reconhecidos internacionalmente, que garantisse principalmente aos árabes as suas terras, e colocasse Jerusalém como sendo uma área internacional, já que a História provou que a cidade não pode ser de exclusividade daqueles que a tem como sagrada. É lógico que na prática não é bem assim que essas questões são resolvidas, mas o que impede, principalmente, a sua efetivação são a intransigência e o despotismo israelense, reforçado pelo apoio irrestrito de vários líderes, além do controle que eles exercem sobre boa parte da mídia, a qual não divulga a barbárie praticada contra os árabes, interferindo assim na opinião popular.
É mais um caso de posse, de propriedade e de exercício de poder de um sobre outro que infelizmente inocentes pagam por isso com suas vidas.

Marcelo Augusto da Silva - 28/01/09

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A origem do conflito entre Israel e Palestina Parte I

A região da Palestina é o palco da eterna guerra a qual assistimos nesses dias. A mídia televisiva divulga os fatos mais preocupada em veicular as atrocidades do que informar e esclarecer o que acontece naquele local, tampouco procura avaliar quem está ou não com a razão.
Habitada pelos povos semitas, inicialmente os judeus ou hebreus (primeiro povo a adotar o monoteísmo), a região sempre foi alvo de invasão de outros povos. No ano 136 da Era Cristã Roma é a invasora, o que provoca a fuga dos judeus pelo mundo para salvaram-se dos ataques romanos, num movimento conhecido como diáspora (dispersão). Sem a sua terra de origem os judeus são obrigados a vagarem pelo mundo tentado se instalarem em outros lugares e serem aceitos em outras nacionalidades, sempre sofrendo, é claro, todo o tipo de preconceito. Sem uma terra para garantir-lhes o sustento, os judeus dedicam-se ao comércio, única atividade disponível a eles; isso explica a habilidade que eles detêm sobre as relações comerciais. A forte tradição, cultura e religiosidade judia os mantiveram unidos, mesmo estando cada porção espalhada pelo mundo; se não fosse essa característica, certamente o povo judeu teria sido extinto em pouco tempo.
Após um longo período da invasão romana na Palestina os árabes ocupam a região a partir da expansão islâmica, no século VIII e ali permanecem. Apesar de monoteístas os povos judeus e árabes, possuem culturas, hábitos, ritos tradições e crenças totalmente diferentes, o que naturalmente os tornam adversos um ao outro.
Um outro momento da História em que os judeus são vítimas é a Segunda Guerra Mundial, na qual Hitler e sua ideologia nazista os responsabilizam pela crise que a Alemanha enfrenta na década de 1930. Reforçado pelas idéias racistas do nazismo os alemães promovem a perseguição, a prisão e a morte desse povo, que fica sendo denominada como Holocausto, cujo saldo final totalizou na morte de quase seis milhões de judeus europeus. O próprio massacre contra os judeus provoca um movimento de emigração judaica - não só da Europa, mas também da Ásia e da África - para a Palestina. No entanto nessa ocasião defrontam-se com os árabes, que são denominados agora genericamente de palestinos.
Terminada a Guerra com a vitória dos aliados, a comunidade internacional se comove com as atrocidades promovidas contra os judeus, gerando a necessidade de se resolver a questão judaica, ou mais precisamente, a necessidade se livrarem desse problema. Em 1948 a ONU cria então o Estado de Israel nas áreas ocupadas pelos judeus e o entrega a eles. Porém nessa decisão foi esquecido um detalhe muito mais do que significativo: o recém criado Estado de Israel integrava áreas habitadas pelos árabes desde a já citada expansão islâmica, que logicamente não aceitaram tal determinação.
Na tentativa de resolver o problema foi criado um outro ainda maior, pois não se respeitou um outro povo que ali estava instalado. O que seria justo era a intervenção internacional naquele momento e a criação de um estado judeu que respeitasse os limites da ocupação árabe. Na mesma proporção em que os árabes não aceitaram a criação de um estado que partilhava suas terras, os judeus seguiram à risca a demarcação da ONU e expulsaram os árabes de suas terras, devolvendo o mesmo tratamento que foi dado a eles no passado a um outro povo.
Esse é apenas o estopim de um conflito de enormes proporções e que já dura mais de meio século. É claro que a problema vai se desdobrando e nele há muitas outras questões envolvidas, o que acaba resultando em grandes dificuldades de resolução do problema.

Marcelo Augusto da Silva - 20/01/09