quinta-feira, 22 de julho de 2010

Qualidade musical na Serra do Mar



Parece que o inverno combina com o bom gosto musical; talvez o Festival de Inverno de Campos do Jordão nos dê essa sensação, mas em muitos lugares essa época do ano não é só marcada pelas alienantes festas de peão. Um caso desse tipo é a Vila de Paranapiacaba, antigo centro de controle operacional e residência de operários da extinta companhia inglesa de trens São Paulo Railway, inaugurada no final do século XIX, atualmente um distrito de Santo André que há dez anos realiza em parceria com o SESC o já famoso e tradicional Festival de Inverno de Paranapiacaba.

Colocado em prática por gestões do PT e mantido pela atual administração, o Festival movimenta o pequeno povoado reunindo pessoas de toda a região que buscam por música de qualidade.

Com um clima frio e uma densa neblina característica daquela região que cobre a bela paisagem do local mesmo durante o dia, Paranapiacaba encanta os visitantes com a sua aparência única, composta pela vegetação e o relevo montanhoso, além das suas antigas casas de madeira, hoje tombadas pelo patrimônio histórico, e suas ruas de paralelepípedo separadas pelos trilhos da desativada estrada de ferro que divide a vila em parte alta e parte baixa.

Em meio a esse visual convidativo, seus prédios públicos recebem nesse mês grandes nomes de nossa música em shows gratuitos que vão desde o início da tarde até a noite. Com uma estrutura bem projetada e com uma equipe de profissionais treinados a receberem o turista, o Festival de Inverno de Paranapiacaba é pura celebração à nossa música em meio a um vilarejo cravado na Serra que mais se parece com uma Londres em pleno trópico.

Nomes como Ed Motta, Léo Maia, Fernanda Porto, Pedra Branca e Zeca Baleiro uniram gente em torno da excelência de suas composições e interpretações.

Quem deseja desfrutar desse ambiente o Festival de Inverno Paranapiacaba continua nesses dias 24 e 25 de julho levando nomes como Zélia Duncan, Bruna Caram, Maria Rita, entre outros. Basta conferir a programação no site www.paranapiacabaecotur.com e aproveitar o melhor do que a nossa música pode oferecer.


Marcelo Augusto da Silva - 22/07/10

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pra frente Brasil

Copa do mundo é a época de vermos o Brasil coberto de verde e amarelo e o brasileiro bradando o nome de seu país com o maior orgulho. Lastimável ver esse nacionalismo ser dedicado somente ao futebol.
Todo esse comportamento de devoção ao esporte, aparentemente inocente, que vemos hoje já foi um instrumento usado pelo governo militar na época da ditadura, o qual instigou a população a unir-se com as cores da bandeira do Brasil e torcer pela seleção, servindo disso como uma espécie de analogia ao desempenho econômico e social que os milicos insistiam em forjar. Em outras palavras, a ideia era transmitir que da mesma forma que a seleção de Zagalo obtinha ótimo desempenho no mundial os militares conduziam o país. Inconscientemente o brasileiro fazia uma relação entre esses dois setores totalmente opostos e ingenuamente dava espaço para a ditadura que torturava livremente pessoas que queriam ver um Brasil justo e democrático enquanto os craques da bola faziam o Brasil delirar a cada gol; uma verdadeira reprodução do pão e circo.
Como muito do que acontece é suscetível de suspeitas, há quem afirme que a vitória da seleção brasileira em 1970 foi um acordo entre Brasil, demais países e organizadores da Copa para dar sustentabilidade ao seu propósito, o que se torna plausível ao observarmos que na disputa pelo poder tudo é possível; já os fãs do futebol dizem que isso não passa de especulação sendo que a conquista do título veio devido aos craques que o time possuía, além do treinamento o qual eles foram submetidos. Independente de qual meio o tricampeonato foi conquistado, a estratégia dos militares funcionou naquele momento, hoje felizmente esse é um fato evidente e aberto a todos e serve de parâmetro para que outras mentiras maquiadas não ocorram.
Mesmo assim é possível de se concluir que apesar de toda informação e consciência que toda a população possui, nesse momento nas mais altas esferas do poder nossos representantes podem estar trabalhando em algo que vai nos afetar diretamente, mas que certamente não tomaremos conhecimento porque estamos preocupados em colocar mais uma estrela na camiseta da seleção brasileira.
No entanto é curioso perceber que o clima que paira no Brasil durante esse período é o mesmo daquele de quarenta anos atrás; mesmo o Brasil sendo considerado o país do futebol causa espanto ao ver a força que tem uma partida da seleção na Copa, a qual tem o poder de parar todo o país durante noventa minutos. Desde a criança até o idoso todos são envolvidos numa espécie de hipnose que faz cada um torcer, se emocionar e depois festejar compulsivamente uma vitória que causa uma alegria passageira. É como se ainda a vibração provocativa dos “ noventa milhões em ação” colocasse todos num mesmo estado de euforia e ufanismo.

Marcelo Augusto da Silva - 01/07/10

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O que a nova versão de Robin Hood tem a nos mostrar

Passamos por uma fase em que o cinema está constantemente refilmando alguma obra de sucesso ou então ressuscitando algum herói mitológico e lendário, e que apoiado na tecnologia, nos coloca em contato com o que não é nenhuma novidade num formato bem mais contemporâneo. Ridley Scott, diretor de grandes filmes como Alien o 8º passageiro, Falcão Negro em perigo, Gladiador, Cruzada, entre outros, realizou a refilmagem da saga do lendário herói inglês Robin Hood, que está em exibição nos cinemas. A crítica em geral já tinha o classificado como uma espécie de continuação de Gladiador, reforçado pelo fato do papel principal ser interpretado por Russell Crowe, o mesmo de Gladiador. Tentei assisti-lo sem a influência dessa informação, o que foi difícil em determinados pontos do filme em que as batalhas, florestas e população me pareceram bem próximas do filme ao qual ele foi comparado.

Retratado de diversas maneiras e nos mais variáveis formatos, como seriados, quadrinhos, desenhos, livros, etc., Robin Hood sempre foi visto como um herói – embora considerado com fora da lei – que banido pela autoridade real vive isolado na floresta de Sherwood com seu bando, tirando dos ricos e dando aos pobres. Muito além dessa visão romantizada em torno desse benfeitor, sua história pode nos mostrar que muito do passado ainda é presente nos dias atuais, e ainda nos revelar que muitas coisas não mudaram, apenas se travestiram em outras; fato que ficou bem claro nessa versão.

Com sua trama ambientada na Europa Medieval, que ainda vivia no contexto das Cruzadas e dos absurdos cometidos em sua decorrência, vemos que a tirania e a má administração dos governos, que protegidos em seus castelos, determinavam o rumo da população de acordo com a sua vontade e capricho próprio, tal como são os políticos atuais, os quais vivem numa redoma luxuosa inatingível, fazendo o que querem do povo; palavras eram ignoradas sob a alegação de uma jurisdição maior, no caso a divina, que em nome dela o autoritarismo e o confisco poderiam ser realizados. Ganância, traição, violência e discriminação aconteciam da mesma forma de hoje, tendo apenas o cenário como diferencial.

Uma população explorada e escravizada que não consegue canalizar suas emoções e anseios para transformar o ambiente em que vive para seu bem próprio, tende a criar figuras imaginárias, heróicas e salvadoras, como sendo uma válvula de escape ou algo a se apegar para fugir assim de sua realidade cruel e opressora. Robin Hood, como não há comprovação de sua existência, certamente faz parte desse rol de personalidades.

Um olhar atento à sua história nos contribui muito com informações sobre as condições de vida e sobre o pensamento de uma população em determinado momento. Ao lado do herói de Sherwood podemos encontrar uma infinidade desses seres, cada qual em uma parte do mundo, sempre povoando o imaginário coletivo e dando esperanças de que algum dia alguém fez ou então fará algo em benefício da maioria ou que há a possibilidade de um deles realmente surgir e salvar a todos.

Com todos os toques de uma produção hollywoodiana , cheia de ação e dinamismo que segue para o final triunfante do bem, a lenda de Robin Hood e a obra de Ridley Scott têm muito a nos acrescentar, basta olharmos além daquilo que está diante de nossos olhos.


Marcelo Augusto da Silva - 25/06/10

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Oliver Stone e a esquerda latino-americana

Oliver Stone, diretor de grandes filmes como Platoon, Nascido em 4 de julho, JFK, The Doors e o documentários W., cutucou ferozmente os estadunidenses, a direita e a mídia corrompida ao filmar o documentário “ Ao sul da Fronteira” que trata sobre os governos populares que se elegeram nas últimas décadas na América latina, contrapondo o doutrina neoliberal do norte rico, em especial Hugo Chávez, o maior representante dessa nova corrente política e que iniciou uma revolução no continente.
Embora a data marcada para sua estréia no Brasil é o dia 4 de junho, semanas antes já era possível ver nos meios de comunicação (aqueles cuja opinião é o individualismo e os interesses financeiros) uma crítica ferrenha e sem fundamento contra a produção de Stone.
Para o diretor que sempre teve uma solidária com as minorias e nunca apoiou qualquer tipo de exploração ou dominação de países, grupos ou pessoas, a eleição de Chávez na Venezuela, bem como a de Evo Morales na Bolívia e Lula no Brasil , é parte de um manifesto popular demonstrando a não aceitação ao acordo unilateral entre o FMI e os países do dito primeiro mundo para dominar economicamente os países do sul, colocando as suas populações em níveis de desenvolvimento muito abaixo do tolerável.
Em sua produção Oliver Stone entrevista os três presidentes citados acima além casal Kirchner (Argentina), Raul Castro (Cuba), Fernando Lugo (Paraguai).e mostra que a partir da eleição desses governos houve um crescimento desses respectivos países e um aumento no desenvolvimento e na qualidade de vidas das camadas mais baixas da população.
É claro que a realidade vivida na Venezuela e em outros países não é divulgada pelos meios de comunicação, principalmente aqueles que conseguem atingir um maior número de expectadores ou leitores, uma vez que eles são apoiados financeiramente sou ideologicamente pelos governos da direita. É só ver o caso no Brasil em que emissora Rede Globo e a revista Veja fazem de tudo pra deturparem a imagem de Lula, Chávez, Moreles e não mostram o que foi feito de positivo em suas gestões, só querem mostrar os erros (que houveram obviamente) e agem dessa maneira para confundir a opinião das pessoas a seu favor.
Estava previsto que Oliver Stone viria ao Brasil no dia 31 de maio, mas o diretor não conseguiu desembarcar sob a alegação de falta de documentação do mesmo, que já havia agendado vários compromissos anteriormente, inclusive uma pré-estréia do documentário. Muitos desses compromissos foram remarcados para os próximos dias em que se espera Stone voltar com a documentação regularizada.
Enquanto isso esperamos o lançamento oficial da obra, só assim assistiremos ao documentário e também à mídia esperneando e fazendo de tudo para manipular a cabeça dos expectadores e incutir neles uma opinião contrária àquela que o diretor mostra em sua produção.
Marcelo Augusto da Silva - 04/06/10

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Entre gregos e brasileiros

Tenho acompanhado de perto os acontecimentos ocorridos na Grécia - país nascido de uma das mais importantes civilizações da antiguidade clássica - gerados pela forte crise financeira global iniciada partir da recessão dos EUA do final de 2008 e começo de 2009, e que acabou levando os gregos a entrarem também na bancarrota financeira, já que eles são extremamente dependentes da atividade turística que fora abalada fazendo os turistas desaparecerem do país. Com isso a atividade econômica sofreu uma estagnação brusca, gerando um alto índice de desemprego.
As tentativas do governo surgiram, porém não foram suficientes para sanar a situação, pelo contrário, acabaram por causar maiores transtornos ao país, pois foi feito um acordo entre a União Européia e o FMI que concedeu ao país um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros além do governo determinar o congelamento de salários dos funcionários públicos, o corte dos fundos de pensão e o aumento de impostos . Esse ponto merece atenção, pois esse acordo fez despertar nos gregos uma revolta contra o governo, não aceitando as medidas tomadas por ele.
Há especialistas em economia que afirmam que o brasileiro tiraria de letra uma crise como essa; já os gregos, não acostumados com esse tipo de situação, tiveram uma reação de protesto que acabou gerando um tumulto no país. Aí pergunto se o brasileiro se vira bem com as crises e más decisões dos governos ou se ele já está acostumado a ser usado assim como é feito desde a época colonial e o descaso e o desrespeito com o povo é algo que não o atinge? Vemos o Brasil se vestir com as cores da nação nas vésperas de uma Copa do Mundo, mas nunca vemos o brasileiro se enrolar numa bandeira e lutar pelo seu país; vemos o brasileiro se reunir para formar uma massa única e dançar o rebolation, mas nunca vemos o povo se unir para protestar e exigir algo das autoridades. Até os hermanos da Argentina nós vemos sair às ruas batendo panelas para chamar a atenção do governo e mostrar sua insatisfação.
Vejo o caso das manifestações gregas como uma atitude digna de um povo que não aceita as medidas arbitrárias do governo e assim batalha para garantir a sua honra e o seu sustento. É claro que depredação não é uma ação digna e justificável, ainda mais que esses atos renderam a morte de pessoas, mas considero nobre aquela gente se une e assim se fortalece na luta para se conquistar um objetivo que está ligado diretamente à sua sobrevivência.
Se há milênios esse povo já mostrou o caminho para se administrar de uma forma em que o povo pudesse dar a sua opinião no governo – embora a democracia criada e exercida por eles não abrangia a todos – hoje eles continuam a dar um bom exemplo de comportamento, mostrando que não se deve calar diante de um governo que pode causar um mal a todos.


Marcelo Augusto da Silva - 14/05/10

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A raiz do forró no domingo rio-pardense

Neste último domingo São José teve o privilégio de receber o pernambucano de Garanhuns Dominguinhos, um dos maiores representantes do forró do xote e do baião, que além de exímio sanfoneiro é também cantor e compositor, onde bebeu na fonte desses ritmos no convívio com Luis Gonzaga e Orlando Silva. Dono de uma carreira iniciada nos anos 60 e uma discografia que ultrapassa a marca de mais de quarenta discos gravados, Dominguinhos tem um talento reconhecido dentro e fora do país, sendo que alguns de seus álbuns foram indicados ao Grammy Latino onde um deles ganhou o prêmio.
Promovido pela Casa de Cultura e Cidadania de São José do Rio Pardo, instituição cuja finalidade é a formação, a expressão e o lazer de crianças, jovens e adultos que tem patrocínio da AES Brasil (empresa de telecomunicação e distribuidoras, geradoras e comercializadora de energia elétrica) e Vale (empresa mineradora) além da Prefeitura Municipal de São José do Rio Pardo e de leis de incentivo à cultura e ao esporte, o show do artista aconteceu no Epidauro e reuniu uma multidão que vibrou com a apresentação dele e de sua banda.
Em meio a tantos axés e sertanejos que cercam a vida das pessoas e impedem o conhecimento e o contato com outros gêneros, uma realização como essa trás para nós muito mais que um momento de lazer, pois nela se encontra toda a originalidade e variedade da música brasileira. Estilos únicos e originais, bem longe da industrialização e da padronização que se tornou a expressão musical de uns anos pra cá, Dominguinhos aproximou o público de umas das várias caras do país. Com a sua humildade e com todo o carisma de um nordestino, deu ainda oportunidade dos jovens músicos que o acompanham de mostrarem também os seus talentos e capacidades, os quais fizeram com tanta competência quanto ao do dono do show, que for fim acabaram também agradando todos os presentes.
São realizações como essas - pequenas se comparadas a outras que acontecem durante certas épocas do ano - que têm a capacidade de tirar a comunidade de dentro das suas casas, de emocionar e alegrar, transformando o que seria uma noite de monotonia e mesmice diante de uma televisão que não tem mais nada a oferecer, num momento alegre e descontraído. Creio que todos os presentes nesse dia, e mesmo aqueles que não puderam comparecer, gostariam de ver essa jovem instituição de nosso município prosperar cada dia mais e que ela continuasse a oferecer aos que a frequentam e a todos os outros rio-pardenses a oportunidade de vermos manifestações da nossa vasta riqueza cultural.


Marcelo Augusto da Silva - 30/04/10

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O aperto de mão entre EUA e Rússia

O que há um tempo atrás parecia ser algo impossível de se realizar aconteceu no dia 09 de abril em Praga, capital da República Tcheca, onde Barack Obama, presidente dos EUA e Dmitry Medvedev presidente da Rússia, assinaram um acordo de redução em seus arsenais nucleares, em substituição ao que havia sido acordado pelo Tratado Estratégico de Redução de Armas (START, na sigla em inglês), de 1991, que expirou em dezembro. Obama assinou esse tratado 48 horas depois de ter revelado uma nova doutrina nuclear, segundo a qual os Estados Unidos só recorrerão à arma atômica em "circunstâncias extremas", para defender seus interesses vitais e de seus aliados.
Inimigos mortais durante a Guerra Fria (1945-1989) - período em que EUA e URSS (atual Rússia) estavam armados até os dentes - esses países colocavam o mundo em pânico por viverem em constante ameaça de um atacar o outro com suas temíveis armas nucleares que já naquela época tinham um enorme poder de destruição. Com o colapso da URSS socialista no final da década de 1980, que voltou a se denominar Rússia, e a sua transição ao capitalismo, a briga que felizmente foi só ideológica não tinha mais razão de continuar; mesmo assim esses gigantes bélicos ainda mantém seus aparatos bélicos nucleares. Atualmente Rússia e EUA possuem juntas 95% de todo o arsenal nuclear mundial.
Embora tecnicamente esse acordo não represente uma vitória da paz, pois ambos se comprometeram reduzir em apenas 30 por cento nos próximos sete anos o arsenal estratégico instalado em seus territórios, o que significa que ainda assim as ogivas remanescentes seriam suficientes para uma destruição mútua. Além do mais essa redução se faz em equipamentos que os dois países não precisam mais, fato que rendeu críticas do presidente Lula ao acordo, o qual disse que estão eliminando armas que estão fora do seu prazo de validade .
De qualquer forma o acordo sinaliza ao menos uma mudança positiva nas relações entre esses dois ex-inimigos. No entanto podemos enxergar uma estratégia nesse tratado, já que vivemos um momento em que o Irã e a Coréia do Norte se declararam desenvolvedores de projetos nucleares o que causa duplo terror aos EUA, pois são representantes do terrorismo e comunismo, ou seja, doutrinas inimigas dos estadunidenses. Seria de certa forma uma pressão perante esses dois países ou uma forma de se mostrarem inocentes em relação a uma catástrofe mundial, o que daria suporte para enfrentar iranianos e coreanos num briga pelos seus desarmamentos.
Um gesto de certa forma pequeno para o ganhador do Nobel da Paz, grande no sentido de caminhar para a aproximação harmoniosa entre EUA e Europa (uma vez que a ideia do famoso escudo de proteção antimíssil a ser instalado no continente europeu pelos EUA continua) e suspeito ao lembrarmos na atual mudança de foco em relação ao inimigo maior dos estadunidenses, já que há um tempo atrás o terrorismo também faz parte do “mal” a ser combatido, junto com o comunismo, por eles.

Marcelo Augusto da Silva - 22/04/10

quinta-feira, 8 de abril de 2010

As facetas do fundamentalismo

Há muitas definições a respeito do significado da palavra fundamentalismo, existe quem afirme que ela se refere à institucionalização de um Estado islâmico de acordo com os preceitos do Alcorão, ou então à forma extremista e radical de conduta ou ação daqueles que professam o islamismo, caracterizado por um extremo fanatismo. Essa segunda definição, explorada pela mídia, se enquadra melhor para nós que vemos frequentemente atitudes terroristas.
Os ataques contra uma estação de metrô em Moscou na semana passada, que provocaram a morte de várias pessoas e deixou outras tantas feridas, trouxe novamente o terrorismo ao foco das atenções e ganhou destaque por eles serem provocados por mulheres-bomba. Parece ser um fato incomum, mas, na realidade é de certa forma habitual acontecer atentados praticados por mulheres do islamismo.
O governo russo atribuiu a responsabilidade à Chechênia, região dominada pelos russos localizadas no Cáucaso, área de antigas disputas, rica em minérios, petróleo e local de passagem de oleodutos russos. Dividindo a região caucasiana com outros países, a Chechênia depois do fim da União Soviética, deu origem a um grupo de líderes que declarou-se como um governo legítimo, anunciando um novo parlamento e decretando independência. Até hoje sua independência não foi reconhecida por nenhum país. Entretanto, esta declaração tem causado conflitos armados em que diversos grupos rivais chechenos e o exército da Rússia se envolveram, resultando em aproximadamente 150 mil mortos, no período entre 1994 e 2003.
Muito mais que um ataque em retaliação às invasões russas a atitude das mulheres-bomba, bem como as tantas outras, são resultado de um processo em que elas, para se vigarem da morte de seus maridos que foram vítimas de seus inimigos, agem dessa maneira. Iniciados a dez anos, os ataques realizados por mulheres, as chamadas viúvas-negras, representam 65% dos atentados terroristas e se tornam um desafio ainda maior para uma tentativa de solução do problema. Da mesma forma que os suicidas explodem o próprio corpo para atingir o seu inimigo esperando a recompensa de Alá nos céus, as mulheres igualmente fazem, na crença de conseguir dessa maneira o marido perfeito nos céus, ou até mesmo aquele que se perdeu na Terra.
Para muitas dessas mulheres que se entregam ao terrorismo essa atitude condiz com a realidade vivida por elas e com o pensamento islâmico. Às viúvas são passadas informações que sua vida já não vale mais nada e a explosão de si mesma traz de volta o reconhecimento e também uma “utilidade” a elas. Outras, vítimas de estupro por parte de soldados inimigos, agem dessa forma por um motivo que vai também além da vingança, pois um ataque terrorista serve para recompensar o desmereciento que elas sofrem por não terem mais a virgindade e se tornarem imprestáveis para o casamento.
Dentro do conjunto de nosso conhecimento e informações , um caso desse até causa certa estranheza, mas se analisarmos a fundo veremos que ele não é tão raro, mas sim mais fruto de uma cultura que valoriza demasiadamente a Jihad e que coloca as outros povos numa posição de desprivilégio, principalmente a ocidental tida como inimiga maior, e mantém ainda valores como virgindade e principalmente o machismo como sendo o norteadores de suas vidas.


Marcelo Augusto da Silva - 08/04/10

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Professores da rede estadual de São Sebastião da Grama paralisam atividades

Na sexta-feira passada, dia 26, as escolas estaduais Geny Gomes e Fazenda Cachoeira paralisaram suas atividades em apoio à manifestação geral dos professores na Praça da República em São Paulo e também como forma de protesto às políticas destinadas ao setor educacional do Estado de SP. A mobilização fez parte de uma série de outras, além de se juntar às escolas e professores da rede, principalmente da capital e da grande São Paulo, que há tempos iniciaram um movimento grevista.
As reivindicações vão além do aumento de salário pago ao quadro do magistério; a categoria luta para conquistar alguns pontos que não beneficiam somente a classe, mas também ao aluno, como o fim da progressão automática, maior repasse de verba ao setor, menor número de alunos por salas,a incorporação das gratificações ao salário, inclusive para os inativos e a revogação da Lei de Progressão por Mérito, enfim, o movimento vai contra todo o sucateamento proporcionado ao sistema e às instalações de ensino que durante décadas de governo neoliberal paulista sofreu um desmantelamento em benefício da iniciativa privada.
A truculência e o autoritarismo do governo Serra respondeu com bala de borracha aos professores que exigiam pacificamente uma negociação; apoiados por policiais a paisana, a PM sob o comando do governador atirou contra os professores, bateu e prendeu,.Os tais “paisanos” se infiltraram na passeata e começaram a atirar pedras nos seus próprios colegas para iniciar um confronto para depois classificar os professores como baderneiros, fato que assim foi transmitido pela imprensa parcial e comprada pelo governo PSDB.
O resultado foi que representantes do governo, uma vez que ele, nem o secretário tem a decência de dialogar com o sindicato, chantagearam os professores dizendo que só iria continuar as negociações se a greve fosse interrompida, com se em algum momento de seu governo ele sequer quis ouvir os professores, que dirá abri-se à negociação.
A luta continua. A greve, que por enquanto se concentra nos grandes centros, continua. Espera-se vê-la crescer e mostrar aonde se encontra a força dos cidadãos e trabalhadores e com isso reconquistar tudo aquilo que os tucanos nos roubaram e ver de novo um ensino público de qualidade. Todos têm a ganhar.




Professores pacificamente exercendo seu direito de reunião em espaços púbicos e à greve e a resposta do governo

quinta-feira, 25 de março de 2010

Professores em greve - Todos unidos pela valorização da categoria e do Ensino Público

Os professores do Ensino Público do Estado de São Paulo resolveram entrar em greve contra as atrocidades que o governo ultra-direita de José Serra tem cometido contra a educação e contra a categoria docente.
São tantas as reindicações que os professores pretendem negociar, mas o governo se mostra irredutível e frio diante da situação que se encontra o professorado. Prefere mentir comprando a imprensa a sentar e dialogar com aqueles que prestam um enorme bem à sociedade.
Não lutamos somente por aumento salarial, mas também p
elo fim da progressão automática, pelo fim da evolução por mérito, por menos alunos por sala de aula, por um plano de carreira digno, enfim, queremos resgatar a qualidade do ensino público e poder oferecer aos alunos uma educação que mais de quinze anos de governo PSDB desmantelou para dar oportunidade ao seus confrades donos de escolas particulares nadarem em lucros.
Por isso pedimos a comprensão de toda a comunidade e principalmente dos pais de alunos que se unam à nossa luta, que nos deem apoio; só assim conseguiremos atingir nossos objetivos.
Todos tem a ganhar.


Marcelo Augusto da Silva - 25/03/2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Aviso aos navegantes

Durante os meses de fevereiro e março estarei publicando no Jornal da Silva meu trabalho histórico e fotográfico sobre as importantes obras arquitetônicas, históricas e pontos turísticos do município de São José do Rio Pardo.


Devido a essa iniciativa, não estarei escrevendo nesse período os meus artigos. Aqueles que se interessarem em conhecer esse trabalho é só acessar o blog www.saojoseemfatosefotos.blogspot.com.Lá é possível ler todo o material (inclusive aqueles que ainda irão ser publicados) e visualizar todas as fotos.


Agradeço a todos que acompanham minha coluna e meu blog e espero agradá-los com essa pesquisa, que além de informar as pessoas sobre a importância da nossa cidade, resgata a nossa memória.



Atenciosamente




Marcelo Augusto da Silva









quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A esquerda alemã nas telas

Quando adquiri em 1984 o primeiro disco da Legião Urbana – um dos clássicos do rock nacional da década – a faixa Baader-Meinhof Blues me chamou a atenção já com as primeiras frases, as quais Renato Russo cantava “a violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais”, porém toda idéia que ele transmitia em forma de música era pra mim algo desconexo, pois não sabia o contexto da obra em si.
Com o tempo fui saber que Baader-Meinhof tratava-se do apelido dado à RAF (Facção Exército Vermelho, em alemão Rote Armee Fraktion) um grupo de extrema esquerda da Alemanha que agiu na década de 1970 e foi extinto em 1998, e que foi tema do filme O grupo “Baader-Meinhof “dirigido por Uli Edel, onde estreou nos cinemas em 2008 e chegou às locadoras recentemente.
O filme enfoca bem a personalidade dos principais integrantes do grupo e os motivos que levaram à sua formação, que dentro dos acontecimentos daquela década era a luta contra o governo da Alemanha ocidental sob a alegação de permanência de uma ideologia nazista, o capitalismo e o imperialismo estadunidense, a Guerra do Vietnã, a criação do Estado de Israel em territórios palestinos e a fabricação de armas nucleares. O apelido dado ao grupo nasceu da junção dos sobrenomes do seu líder e de uma jornalista que o ajudou numa fuga histórica da prisão, numa espécie de referência ao episódio e aos dois integrantes em si.
Apesar de ser uma produção alemã o filme tem toda aquela dinâmica do gênero ação, principalmente nas cenas em que há a atuação do grupo, uma vez que para conquistar a efetivação dos seus propósitos, eles aderiram à luta armada e iniciaram uma tática de ataques e confrontos com seus opositores, que sempre eram recheados de violência - justificada por eles como uma resposta à violência a qual foi dada ao grupo pelo governo - e também pelas investidas contra os bancos para arrecadar fundos para financiar esses ataques. Aliás, o grupo não se referia a essas ações como roubo, mas sim como expropriação, do mesmo modo que a esquerda armada brasileira utilizou do termo no período da ditadura militar, onde se tomava o dinheiro do capital financeiro, que crescia com a exploração da população, para destiná-lo dignamente numa causa que iria favorecer essa mesma população.
Antes de assistir ao filme vi o seu trailer (disponível no youtube) e de início já notei que a questão do terrorismo era bem evidenciada, como se tivesse uma preocupação muito grande por parte do diretor em caracterizar o grupo dessa maneira, numa forma de ligá-los ao terrorismo atual. Um ato violento contra um prédio público ou privado é considerado terrorismo, principalmente seu houver vítimas, no entanto os motivos desses atentados da década de 70 e são bem diferentes dos atuais, o que não se pode relacionar ao terrorismo de hoje nem querer entender o mundo atual pelas atividades do grupo alemão assim como sugere, embora nas entrelinhas, o filme e mais enfaticamente o trailer. Hoje o terrorismo está associado ao fundamentalismo que antes de qualquer coisa tem um intuito totalmente religioso, o que não pode ser confundido com as ações do Baader-Meinhof, cujos propósitos eram políticos e sociais.
Só depois de vê-lo é que se constata a diferenciação daquele momento com o de hoje, as ideologias latentes e o desejo dos jovens em mudarem o mundo e se arriscarem na conquista desse objetivo são bem distantes do que temos atualmente. De qualquer forma o filme é uma boa indicação para quem quer ir mais a fundo na canção da Legião Urbana, conhecer o mundo no período da Guerra Fria e tirar suas próprias conclusões sobre qual o melhor caminho para se reverter uma situação de opressão e violência.
Marcelo Augusto da Silva - 05/02/10

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Outro tormento para o Haiti

Os desastres naturais parecem estar virando uma constante pelo mundo; enchentes em muitas cidades brasileiras, fortes nevascas no hemisfério norte e o terremoto que atingiu o Haiti no dia 12 de janeiro causando uma tragédia gigantesca.
Indiscutivelmente quaisquer dessas ocorrências é uma desgraça de proporções descomunais, mas pior ainda é para o Haiti onde a rotina do país já é infortúnio em si, agravada ainda mais com esse incidente que deixou a carente população do país com 200 mil mortos e aproximadamente três milhões de desabrigados.
Situado no mar do Caribe o pais ocupa a parte ocidental de uma ilha que privilegia-se por ocupar um local envolto em belezas naturais, no entanto o território não teve sorte ao se localizar bem no limite entre duas placas tectônicas que o tornaram vulnerável aos terremotos de alto graus, como o que ocorreu nesse mês que atingiu 7.3 na escala de Richter, deixando-o praticamente ao chão.
Além dessa falta de sorte na questão geográfia, a história do Haiti não foi diferente para contrabalancear a situação. Inicialmente uma colônia espanhola a parte da ilha – a qual localiza-se o Haiti – foi cedida à França pelos espanhóis que assim como em toda América Central e do Sul sofreu com a exploração européia, que utilizava o território e o seu povo para desenvolver uma atividade agrícola que enriquecesse a metrópole.
No começo do século XIX o Haiti pôde mostrar ao mundo que nem sempre um povo pode ou tem o direito de dominar o outro, principalmente por questões étnicas, já que nesse período o ex-escravo Jacques Dessalines (em 1794 o Haiti após uma revolta escrava tornou-se o primeiro país do mundo a abolir a escravidão) organizou um exército que derrubou e expulsou os franceses, tornando o país livre e liderado por um negro. Era evidente que as nações imperialistas não deixariam esse movimento que solidificar e nem que outros países também pudessem seguir esse exemplo; logo em 1804 escravistas europeus e estadunidenses decretaram um bloqueio comercial ao Haiti que terminou 60 anos mais tarde após o pagamento de 90 milhões de francos ao franceses que haviam cercado o país e exigiam a quantia como forma de indenização.
A partir desse momento o país começa a viver a sua trajetória de instabilidade política e miséria que vai levar à penúria todo povo haitiano. A gravidade é tamanha que só da segunda metade do século XIX ao começo do século XX, dos 20 governantes sucederam-se no poder 16 desses foram depostos ou assassinados. Tropas dos EUA ocuparam o Haiti entre 1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses norte-americanos no país. O resultado nem é necessário avaliar.
Caso clássico do autoritarismo e da falta de democracia no país temos com François Duvalier, conhecido como Papa Doc, que apoiado pelos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, instaurou uma feroz ditadura baseada no terror policial dos tontons macoutes (bichos-papões) - sua guarda pessoal - e na exploração do vodu. Presidente vitalício, a partir de 1964, Duvalier exterminou a oposição e perseguiu a Igreja Católica. Papa Doc morreu em 1971 e foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier - o Baby Doc que em 1986 decretou estado de sítio. Os protestos populares se intensificaram e ele fugiu com a família para a França, deixando em seu lugar o General Henri Namphy. Posteriormente as crises políticas viraram uma característica do páis onde ocorrem as lutas entre opositores e governo e o desrespeito à Constituição, numa das quais resultou recentemente a intervenção do Conselho de Segurança da ONU que enviou tropas de soldados brasileiros em missão de paz e estabilização política.
Entre tantas desventuras para o Haiti, cujo tamanho é igual aos estados da Paraíba e Sergipe juntos, temos ainda a natureza que castigou os haitianos, que vai penar com a sua pobreza, carência de estrutura física e política e a falta de recursos médicos e financeiros para recuperar o país.


Marcelo Augusto da Silva - 22/11/10

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Nova versão de um problema antigo

Ir ao cinema durante os meses de dezembro e janeiro com a intenção de ver algum lançamento que não seja uma superprodução ou então um filminho inocente é uma investida perdida, pois nessa época só há filmes que se encaixam nesses estilos.
Como não há mais nada interessante resolvi assistir a megaprodução do momento Avatar do diretor James Camerom, que dispensou milhões de dólares em investimentos e tem lotado as salas de todo mundo. Assim fui com a maior despretensão, já preparado para ver algo que não seria nenhuma novidade.
De fato o filme segue o velho esqueminha dos roteiros previsíveis, os quais conseguimos saber o final já nos primeiros minutos de exibição e com recursos computadorizados e efeitos especiais que o deixam mais se assemelhando a um vídeo game de última geração.
O que me chamou a atenção, apesar do enredo tosco, é a versão nova de algo antigo que esse longa metragem trabalha. Explico: a história se passa no futuro, num planeta chamado Pandora, onde os seres humanos o invadem com o objetivo, é claro, de explorar algum recurso que lhe traga bons lucros, que nesse caso é um minério que lá existe em abundância, porém o inconveniente são os nativos desse mundo que não aceitam a invasão humana e lutam como podem para manter o inimigo afastado. Um soldado deficiente é enviado numa missão especial àquele lugar e tem o seu avatar criado – criatura feita em laboratório que se sintoniza com o ser humano numa espécie de simbiose, onde esse humano enquanto dorme numa cápsula passa a ser um elemento nativo, denominado assim de avatar – o qual penetra na paisagem natural de Pandora, uma floresta colorida e habitada pelos mais estranhos seres, cujo aspecto mais se assemelha a uma capa de disco de banda progressiva da década de 1970 e assim passa a conviver com os seres de Pandora.
Do outro lado há um outro militar, seu superior, muito parecido com um misto de Rambo com o boneco Max Stell, que deseja a todo custo conquistar as reservas minerais que são habitadas pelos nativos do planeta. Este faz uma proposta ao militar deficiente para trazer o maior número de informações sobre o local e acabar dessa maneira com os nativos. Nesse meio tempo o avatar do militar começa a envolver com os nativos e a ter o mesmo sentimento de amor à natureza, suas ligações com ela e o seu senso de preservação, o que faz ele a não ficar do lado dos terrestres.
Em meio a isso tudo, apesar da mesmice da trama onde o personagem tirano se redime e fica do lado dos oprimidos, o curioso é que por se tratar de um filme atual e futurista o velho problema que vemos acontecer durante toda a nossa história ainda acontece, como a invasão de territórios já habitados, o não respeito às diferenças, a intolerância e a não aceitação daqueles que são diferentes devido ao interesse de enriquecimento. Dessa vez ele é fora da Terra, provavelmente pelo fato de não mais haver onde explorar e a quem dominar, mas independente do local os acontecimentos são os mesmo; o massacre é o mesmo.
O que fez o roteirista e o diretor desse filme foi mudar de tempo algo que não é novidade, tirou o problema do passado e do presente e o mandou para o futuro e para um local distante. Quanto a mentira de que alguém pode pensar no outro e que os que são molestados podem inverterem o jogo foi mantida, talvez para mascarar essa tendência ambiciosa e preconceituosa, tão presente e característica no povo que realizou o filme.


Marcelo Augusto da Silva - 08/01/09