quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Black Sabbath, a lenda do rock no Brasil



Tudo o que eu digo e faço
Aos seus olhos sempre está errado
Me diga aonde eu me encaixo
Nessa sociedade doente
Ozzy Osbourne – vocalista do Black Sabbath

Depois de muita espera e de muitos boatos, finalmente os roqueiros do Brasil vão ter a oportunidade de ver um show do Black Sabbath, uma das mais importantes e influentes bandas do rock inglês, responsável pela venda de mais de cem milhões de álbuns. Com menos de um mês para o início de sua turnê no Brasil, a qual terá os shows em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em São Paulo nesse dia 11 de outubro, o clima é de expectativa dentre os fãs. Com ingressos esgotados em praticamente um mês de venda para o show na capital paulista, a estimativa é que a apresentação entrará para a história de muitos.
O Black Sabbath nasceu no final dos anos 60 em Birmingham na Inglaterra e foi o responsável por criar um novo estilo de rock and roll, denominado de hard rock, com um som cru, agressivo, envolvido pela temática obscura de suas letras, as quais são acompanhadas por uma guitarra distorcida, um baixo marcante, uma bateria pesada e os vocais agudos de Ozzy Osbourne que influenciaram várias gerações, no que viria a ser no final dos anos 1970 e começo de 1980 o heavy metal.

A banda se apresenta na sua formação original, com exceção do baterista, cujos integrantes são Ozzy Osbourne no vocal, Tony Iommi, na guitarra e Geezer Butler no baixo. Essa nova turnê, além de celebrar a volta do Sabbath em sua formação original, também teve o lançamento de um novo disco, o qual foi lançado em junho no Brasil. Esse novo álbum, intitulado de “13”, é primeiro de músicas inéditas desde 1995 e o primeiro depois de 35 anos com sua formação original. A obra é composta por oito faixas na versão básica do álbum e 11 na edição de luxo, no entanto todas as composições têm a inspiração de vocais e instrumentação pesada que consagraram a banda nos anos 70 .
Se a quantidade de grandes shows e de grandes ídolos do rock and roll já não é mais uma novidade no Brasil, isso só vem a confirmar que o gênero nunca esteve tão vivo - não somente entre aqueles que viveram sua juventude nos produtivos anos 1960, 1970 e 1980 - entre a nova geração, a qual se mostra cada vez mais presente nesse tipo de evento e mais apreciadora desse estilo musical, comprovando também que, por mais que a indústria fonografia tente ludibriar a sociedade lhe enfiando goela abaixo composições vulgares e pobres, a juventude consegue discernir o que é produto e o que é arte, revelando ter capacidade de apreciação musical e senso crítico a ponto de não aceitar aquilo que é somente vendável, volúvel e fútil.

Marcelo Augusto da Silva - 12/09/2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Barack Obama e Bashar Al-Assad



Aonde leva essa loucura?
Qual é a lógica do sistema?
Onde estavam as armas químicas?
O que diziam os poemas?

Armas Químicas e Poemas - Engenheiros do Hawaii

 As tensões envolvendo a Síria e os EUA continuam a causar polemicas. De um lado o ditador Bashar al-Assad afirma “que seu país é capaz de fazer frente a qualquer agressão estrangeira”, do outro o líder da nação mais hegemônica do mundo defende uma intervenção militar como uma medida para garantir a punição ao governante sírio, além de proteção e estabilidade na região. O governo estadunidense para justificar sua entrada na Síria afirma ter comprovações de uso de armas químicas – proibidas de serem utilizadas de acordo com Convenção assinada em 1997 – na forma de gás sarin, substância que ataca o sistema nervoso das vítimas e provoca parada respiratória.
Tal atitude do governo Obama mantém o mesmo comportamento de Bush, muito criticado no mundo por suas atitudes unilaterais e belicosas, o qual invadiu o Iraque em 2003 sob a alegação questionável de o país conter também armas químicas. Da mesma maneira que a invasão ao Iraque, essa intervenção não pune somente o governante do país, mas sim toda a população, ao submetê-la a uma guerra e a condições de refúgio, falta de abastecimento, violência e o sofrimento com a morte de familiares. Nessa semana, no entanto, para não se autoclassificar como único responsável pelo ataque, Obama comunicou que deve dar o aval à invasão de acordo com a decisão do Congresso estadunidense, retirando de si próprio o peso dessa responsabilidade.
Bashar por sua vez não se mostra tímido diante da ameaça dos EUA, muito pelo contrário, se reserva no direito de resistir e revidar usando obviamente de meio belicosos. A postura do ditador em frente a essa situação indica que, caso a intervenção estadunidense se confirmar, teremos um confronto extenso com consequências graves a toda população síria.
No fundo essa ameaça intervencionista só reforça o antagonismo e a rivalidade entre Oriente e Ocidente, mostrando que ambos são intolerantes em relação a cultura oposta. Já para os EUA, a guerra civil síria tem servido de subterfúgio para impor sua hegemonia e domínio no Oriente; para os fundamentalistas islâmicos servirá como um pretexto a mais para destilarem seu extremismo.
Os estadunidenses na condição de ocupantes de cadeiras em setores estratégicos da ONU, bem como a própria Organização em si, deveriam ter atitudes dignas diante desse caso e buscar medidas que indiquem uma saída desse conflito interno e também meios de promoção a uma transição de governo sírio que não cause prejuízos à população.
Conduzir uma invasão só vai aumentar a intolerância dos islâmicos contra o Ocidente; abrirá um precedente para que os jihadistas com seu extremismo arregimente ainda mais as crianças a formarem milícias favoráveis ao fundamentalismo e provocará mais retaliações contra seu próprio povo e contra outros povos.

Marcelo Augusto da Silva - 05/09/2013