quinta-feira, 19 de junho de 2008

Os Jogos Olímpicos ontem e hoje

O popular Jogos Olímpicos, que terá mais uma edição esse ano a ser realizada na China, tem sua a sua origem na Grécia Antiga, a qual realizava as disputas em homenagem aos deuses.
As Olimpíadas recebe esse nome pelo fato dos deuses gregos mitologicamente habitarem o Monte Olimpo. Naquela época os jogos eram disputados somente por homens – o que demonstra o caráter machista da sociedade grega – nos quais se destacavam principalmente os esportes atléticos e as lutas. O evento representava também um período de paz na Grécia, pois quando se iniciavam os jogos era declarada um trégua entre as cidades-Estados gregas que estavam em guerra.
Com a expansão do Império Romano a Grécia acaba sendo dominada e no ano de 392 d.C. o imperador Teodósio I, que havia se convertido ao cristianismo, proíbe os jogos, considerado por ele uma festa pagã e inaceitável pelo fato de ser um evento politeísta.
Somente no final do século XIX as Olimpíadas voltam a serem realizadas, embora de uma forma bem diferente da antiguidade, tornando-se um evento em que se preza principalmente a disputa pela melhor colocação dos atletas e países, se distanciando do sentido festivo e confraternizador do passado.
Hoje os jogos servem como uma disputa geopolítica e ideológica, em que os países que dela participam tentam se mostrarem superiores ou então é utilizada como um mecanismo de autopromoção para o país que vai sediar o evento - uma fez que eles são transmitidos ao vivo e mundo inteiro de concentra nas partidas – para que dessa forma ele posso se mostrar como um local de desenvolvimento e progresso, atraindo investimentos estrangeiros. Sem contar no patrocínio e no investimento milionário de empreses e corporações que exploram ao máximo o esporte para divulgarem seus produtos. Neste ano Coca-Cola, Lenovo, McDonald’s e Samsung, ou seja, alguns dos patrocinadores dos jogos na China irão dispensar a quantia de US$ 100 milhões no evento, sem contar outras transnacionais e multinacionais que fecharam contratos milionários de patrocínio.
Além dessas diferenças vale ainda lembrar que na atualidade as Olimpíadas não tem a força para interromper as guerras assim como era na Grécia, muito pelo contrário, em três anos, 1916, 1940, e 1944 os jogos foram cancelados por causa das duas guerras mundiais e nos anos em que se seguiram o evento sempre foi marcado por um desentendimento entre alguns países.
Essas são algumas das diferenças e das contradições de duas fases de um mesmo evento que tinha acima de tudo uma essência religiosa e pacifista, que em vão Pierre de Fredy, o barão de Coubertien, tentou resgatar em 1896 quando sua iniciativa trouxe de volta a realização das Olimpíadas.
Marcelo Augusto da Silva - 20/06/08