quinta-feira, 29 de abril de 2010

A raiz do forró no domingo rio-pardense

Neste último domingo São José teve o privilégio de receber o pernambucano de Garanhuns Dominguinhos, um dos maiores representantes do forró do xote e do baião, que além de exímio sanfoneiro é também cantor e compositor, onde bebeu na fonte desses ritmos no convívio com Luis Gonzaga e Orlando Silva. Dono de uma carreira iniciada nos anos 60 e uma discografia que ultrapassa a marca de mais de quarenta discos gravados, Dominguinhos tem um talento reconhecido dentro e fora do país, sendo que alguns de seus álbuns foram indicados ao Grammy Latino onde um deles ganhou o prêmio.
Promovido pela Casa de Cultura e Cidadania de São José do Rio Pardo, instituição cuja finalidade é a formação, a expressão e o lazer de crianças, jovens e adultos que tem patrocínio da AES Brasil (empresa de telecomunicação e distribuidoras, geradoras e comercializadora de energia elétrica) e Vale (empresa mineradora) além da Prefeitura Municipal de São José do Rio Pardo e de leis de incentivo à cultura e ao esporte, o show do artista aconteceu no Epidauro e reuniu uma multidão que vibrou com a apresentação dele e de sua banda.
Em meio a tantos axés e sertanejos que cercam a vida das pessoas e impedem o conhecimento e o contato com outros gêneros, uma realização como essa trás para nós muito mais que um momento de lazer, pois nela se encontra toda a originalidade e variedade da música brasileira. Estilos únicos e originais, bem longe da industrialização e da padronização que se tornou a expressão musical de uns anos pra cá, Dominguinhos aproximou o público de umas das várias caras do país. Com a sua humildade e com todo o carisma de um nordestino, deu ainda oportunidade dos jovens músicos que o acompanham de mostrarem também os seus talentos e capacidades, os quais fizeram com tanta competência quanto ao do dono do show, que for fim acabaram também agradando todos os presentes.
São realizações como essas - pequenas se comparadas a outras que acontecem durante certas épocas do ano - que têm a capacidade de tirar a comunidade de dentro das suas casas, de emocionar e alegrar, transformando o que seria uma noite de monotonia e mesmice diante de uma televisão que não tem mais nada a oferecer, num momento alegre e descontraído. Creio que todos os presentes nesse dia, e mesmo aqueles que não puderam comparecer, gostariam de ver essa jovem instituição de nosso município prosperar cada dia mais e que ela continuasse a oferecer aos que a frequentam e a todos os outros rio-pardenses a oportunidade de vermos manifestações da nossa vasta riqueza cultural.


Marcelo Augusto da Silva - 30/04/10