sexta-feira, 6 de junho de 2008

Somos um país independente?

Nós não vamos pagar nada / Nós não vamos pagar nada / É tudo free, ta na hora / Agora é free, vamo embora / Dar lugar pros gringo entrar / Esse imóvel ta pra alugar”.
Aluga-se, Raul Seixas
A trajetória do Brasil foi marcada pelos laços de dependência desde os seus primórdios. Colônia e metrópole, liberdade e Império, república e presidentes militares, consolidação da democracia e capital financeiro internacional, foram os períodos antagônicos da História do país que nortearam a política brasileira e juntamente a economia e a sociedade.
Após séculos de exploração e pilhagem o Brasil deixa de ser uma colônia portuguesa, mas mesmo assim o modelo desse sistema agro-exportador e dependente ainda persiste na existência do país como sendo uma enorme cratera a aumentar e sugar tudo ao seu redor.
O 7 de setembro - data que se comemora nossa independência e a qual muitos não sabem o motivo do feriado e muito menos o que ele significa - foi muito mais uma mudança de dominação do que uma independência propriamente dita.
Se outrora os europeus aqui desembarcaram e montaram suas estruturas políticas, administrativas e econômicas para surrupiar o que tínhamos de melhor, hoje nações hegemônicas perpetuam o mesmo modelo exploratório, portanto, com muito mais facilidade, bastando apenas instalar suas multinacionais e transnacionais, ou então impor sua cultura e nos obrigar a sustentá-los indiscretamente através do consumo daquilo que nos “enfiam goela abaixo”.
Onde está a autonomia de um povo que despreza sua própria cultura e glorifica a dos outros, apesar desta não representar nada ou sequer significar algo para nós? Cadê o país soberano que no momento de tomar decisões fica amarrado a grupos empresariais ou ao capital externo? Cadê a auto-suficiência de consumir aquilo que é produzido aqui mesmo e não ter que entregar aos estrangeiros a preço de banana? Onde está o patriotismo de uma nação que tem vergonha das cores de sua própria bandeira, mas que se reveste como colorido de outros países? Cadê a soberania de um país que permite a exploração de nossos serviços e de nossas riquezas minerais e naturais por empresas estrangeiras devidamente autorizadas ou então por meios ilícitos?
A pseudo-independência do 7 de setembro de 1822 tardou a chegar. Por enquanto a real independência, no seu sentido mais amplo, certamente tardará muito mais a chegar. Quem viver, verá. Quem sabe.

Marcelo Augusto da Silva - 15/09/07

Mudanças sempre vêm

Apesar de você amanhã há de ser outro dia, ainda pago para ver meu jardim florescer qual você não queria”.
Apesar de você, Chico Buarque


Uma simples observação em relação à opinião das pessoas, que se nota um total desconforto e insatisfação quanto a atitudes no que diz respeito às melhorias nas condições de vida da população. Parece que se acostumou com o descaso político, à opressão, à exploração e com a insignificância em relação ao ser humano.
Porém parece que nem tudo é lama; há posturas que vêm trazendo significativas mudanças de uns tempos para cá. Há exemplos que demonstram uma preocupação com o indivíduo e com a coletividade, como é o caso do acesso para deficientes a estabelecimentos públicos e privados, o qual há algum tempo esse grupo ficava praticamente restrito; na garantia de vagas nas escolas públicas, onde num passado não tão distante as mães acampavam nas calçadas dos prédios escolares para matricularem seus filhos; na criação de cotas para negros e para jovens oriundos de escolas públicas, que apesar de seus problemas e contradições esse assunto sequer era mencionado; na política que por incrível que possa parecer em meio a uma total depravação, raramente se encontra uma ditadura legítima e até mesmo na questão ambiental vemos uma grande preocupação de governos, entidades e até mesmo das pessoas que mudaram totalmente seu comportamento, visto que nas gerações passadas um estilingue era item obrigatório de qualquer garoto.
No entanto esses exemplos não acompanham os anseios e as necessidades das pessoas e do mundo, mas mesmo que com timidez e caminhando à passos de tartaruga eles estão acontecendo e estão fazendo alguma diferença.
A penúria de um povo não deve levar à descrença. Por mais que as atrocidades existam e que multidões vivam à mercê de poucos, a insatisfação deve ser convertida em determinação e em espírito de mudança. É preciso encontrar esperança, conseguir enxergar o que há de melhor e lutar pela sua expansão.

Marcelo Augusto da Silva - 31/08/07

Brasil: da bandalheira ao caos

Nos últimos anos a mídia brasileira divulgou uma enxurrada de denúncias envolvendo políticos em escândalos e corrupções dos mais variados tipos, e como se não bastasse, não pararam por aí. Basta ligar a TV ou o rádio, abrir o jornal ou acessar a internet que teremos a má notícia que já não nos surpreende mais.
Essa situação leva a crer que a falcatrua vem aumentando de tempos pra cá e que a falta de vergonha na cara dos políticos já deixou de ser exceção. Realmente o país está mergulhado na imoralidade, vivemos o caos político, social e moral, mas o caso não se explica somente pelo aumento da bandidagem e sim pelo fato das denúncias terem aumentado, ou seja, a imprensa, os partidos de oposição, as organizações em geral e até o povo não se silenciam mais diante da barbárie.
Longe de justificar a picaretagem, a bandalheira sempre esteve presente na História do país. Um breve olhar no nosso passado já deixa isso claro, a começar pela colonização onde os europeus inauguraram a rapinagem tomando as terras dos nativos; depois povoaram o território com a elite ou com degredados e escravos, o que perpetuou a exploração, o antagonismo e a falta de caráter e, ao tentar instalar mecanismos de governo e controle das terras tupiniquins se esqueceram do pequeno detalhe da distância entre a colônia e a metrópole deixando o país à própria sorte e facilitando a baderna. Estes, porém são apenas alguns entre vários casos da nossa avacalhação política, administrativa e social.
O que acontece agora são as conseqüências do nosso trágico passado; é o acúmulo de mais de quinhentos anos de exploração, de impunidade e de distribuição de privilégios a poucos. Num país onde a justiça praticamente não existe e a subtração é a cultura de alguns, o desenvolvimento e a igualdade certamente ficarão cada vez mais para trás. Não há como conciliar desenvolvimento com pilhagem ou justiça social com saque, pois o que se arrecada vaza para as contas de nossos representantes descaradamente.
De 1500 para cá o Brasil evoluiu: da bandalheira ao caos. Enquanto esse mal fizer parte da nossa sociedade, a miséria, a injustiça e a desigualdade vão continuar no nosso meio. A solução é simples e ao mesmo tempo cruel: ou a corrupção ou o nosso sangue.

Marcelo Augusto da Silva - 24/08/07

Jogos Pan-Americanos: um gasto necessário?

São indiscutíveis os benefícios que o esporte trás ao indivíduo, às comunidades e até aos países. Através dele as pessoas se valorizam e as nações se aproximam e se unem. Sua capacidade de integração e harmonia é tão grande, que na Grécia antiga estabelecia-se uma paz sagrada entre as cidades-Estados durante os jogos olímpicos.
A realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro no mês de julho chama a atenção não somente pela importância do esporte nesse sentido, mas sim para uma real justificativa quanto ao custo da realização de um evento desse porte.
É sabido por todos a condição social do Brasil, país em desenvolvimento, cujo povo amarga com o descaso político, a falta de assistência médica, educação, emprego, e até mesmo de condições mínimas para a sobrevivência de um ser humano. No entanto, este mesmo país que vive atolado na miséria viu jorrar de seus cofres públicos uma cifra superior a R$ 4 bilhões em gastos com infra-estrutura para a realização das disputas esportivas, além da suspeita de desvio de verbas e superfaturamento das obras. Tamanha é a insignificância do brasileiro que um acontecimento esportivo tem mais importância que a sua própria existência.
Enquanto os corpos saudáveis e os sorrisos abertos dos atletas do continente americano se mostravam, milhares de crianças dormiam a céu aberto, outras trabalhavam para o tráfico nos morros cariocas ou pediam esmolas nos cruzamentos da cidade maravilhosa; mendigos vagavam pelas ruas; trabalhadores davam seu suor e recebiam muito pouco por isso; uns tantos passavam o dia na fila de um hospital para tentar ser atendido; mais um recém nascido era abandonado pela mãe em alguma rua imunda; ou então a guerra entre traficantes e polícia matava mais um inocente que sequer deve ter sido lembrado pela mídia, pois esta estava ocupada em divulgar as notícias dos jogos.
Enquanto o Brasil conquistava um belo desempenho no ranking de medalhas no Pan-Americano, conquistava-se também uma posição de destaque no número de desempregados, analfabetismo, insegurança ou acesso à saúde.
A emoção toma conta do ser humano, inebria, cega. Por isso o brasileiro não pôde ver o verdadeiro país campeão que é o seu: campeão em violência, corrupção, miséria, desigualdade, etc.

Marcelo Augusto da Silva - 03/08/07

Os filhos do acaso

Quem observa a juventude e a infância de hoje fatalmente depara-se com a amarga constatação de que uma grande parte dela enfrenta, além do descaso familiar, a falta de perspectiva futura.
Frutos das revoluções comportamentais e de transformações de décadas passadas, um contingente enorme padece desse mal atualmente.
A juventude que outrora vivia sufocada, castrada e aprisionada, conseguiu enfim romper com conceitos e padrões de comportamento que até então a colocavam nessa condição. Na efervescência cultural e revolucionária dos anos 60, a juventude, como numa explosão, mostrou-se e conquistou sua liberdade, que naturalmente, era um direito seu.
Porém nem tudo foram flores naqueles anos. A liberalização sexual, contudo cobra um enorme preço daqueles que nada tem a ver com a questão.
A própria imaturidade, displicência e inconseqüência dos jovens, faz que com eles procurem viver todas as emoções de uma vez só, lançando-se completamente ao mundo, transformando-se num receptáculo de novas experiências. Essa leviandade, portanto, lamentavelmente atua na vida sexual liberalizada, colocando no mundo seres inocentes.
O resultado são crianças que crescem sem um amparo familiar, sem um exemplo de comportamento, sem alguém que os guie. Ingênuos de seu próprio destino caminham solitários, desolados, desorientados. Não sonham nem esperam nada, apenas sobrevivem.
Quem dera os atos não tivessem conseqüências. Se assim fosse, muitos problemas não estariam acontecendo e muitas crianças estariam vivendo de uma outra forma.
Marcelo Augusto da Silva - 27/07/07

Boas notícias no ar

Recentemente fomos brindados pelo Ministro das Comunicações com a notícia da criação de uma TV estatal federal.
As TVs públicas não são uma novidade no Brasil, que nos enobrecem com uma programação instrutiva, esclarecedora e imparcial, como é o caso da TV Cultura – que serviu de modelo de TV pública pelo próprio presidente – TVE, TV Paraná, entre outras. Porém tais emissoras pertencem a seus respectivos estados e seu alcance é limitado às suas fronteiras.
A TV anunciada pelo Ministro difere das demais pelo fato de ser federal, ou seja, sua abrangência atingirá todo o país.
A notícia soa como um grande avanço na telecomunicação no Brasil, uma vez que esta é dominada por emissoras comerciais com o único e exclusivo propósito de lucrar em cima da alienação do telespectador, cuja programação cada vez mais se banaliza, vulgariza e desinforma ao invés de informar; transformando o telespectador, que ingenuamente se mantém prostrado diante do aparelho, em mais um integrante da massa de consumo e da massa de manobra, como é o exemplo da mídia latifundiária brasileira que impõe comportamentos, opiniões e modos de pensar, convertendo o público em um escravo do consumo, da futilidade e de padrões predeterminados.
Criar uma TV pública federal de qualidade no Brasil é trilhar um caminho rumo à democracia, é dar oportunidade a todos de terem opções diante das grades de programação, é dar o direito de escolha ao cidadão, é dar informação imparcial com respeito à diversidade cultural, ao pensamento e opinião pessoal, longe dos apelos e abusos comerciais.

Marcelo Augusto da Silva - 20/07/07

Quem decide os rumos da América Latina?

O continente sul-americano, num curto espaço de tempo, recebeu dois chefes de Estado de maior vulto atualmente, o que apesar de figurar mera visita, tinha por detrás interesses mais amplos.
O primeiro foi o presidente na hegemônica nação norte-americana George W. Bush, que mais preocupado com o problema energético do que com a questão ambiental, veio propor acordos envolvendo o etanol e assim transformar o Brasil novamente em uma enorme plantation*.
Em meio a protestos e rejeições o presidente norte-americano tenta mais uma vez impor seu imperialismo, agora do lado debaixo do Equador, talvez pelo fato da América Latina se apresentar como uma ameaça diante da onda socialista de Hugo Chavez e Evo Meirelles. Essa é mais uma cartada do Tio Sam para comandar outras nações.
O segundo foi o papa Bento XVI, que aterrissou somente no Brasil, e que, entre em meio a outras intenções, veio abrir a Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) em Aparecida do Norte.
Apesar de vir abrir o Conselho, Joseph Ratzinger, veio ao maior país católico do mundo pensando justamente em reafirmar os valores arcaicos da Igreja Católica em detrimento das causas políticas e sociais, na qual a Igreja havia se engajado nas Conferências de Medellín (Colômbia,1968) e Puebla (México, 1979).
Preocupado com a migração de católicos para as Igrejas Pentecostais, Ratzinger procura controlar seu rebanho fazendo-o trilhar somente o caminho da espiritualidade, e também condenar e apregoar qualquer discussão que envolva assuntos relacionados aos novos comportamentos (ou necessidades) como o aborto, união entre pessoas do mesmo sexo e o uso de preservativos.
Olhar para o Brasil e vê-lo como um país soberano e uma América Latina independente e autônoma parece que é pensar grande demais. Por mais que se caminhe em direção à democracia, à soberania e à independência no seu sentido mais amplo, de tempos em tempos o Brasil juntamente como toda a América do sul, parece retroceder no tempo e voltar aos seus estágios anteriores. A colonização parece não ter acabado, ao menos para nós.

*Plantation: Latifúndio monocultor, exportador, escravista, característico da colonização.
Marcelo Augusto da Silva - 11/07/07

Entretenimento ou ideologia camuflada?

No período da Guerra Fria, no qual o capitalismo estadunidense confrontava-se ideologicamente com o socialismo soviético, a indústria cinematográfica foi um instrumento de grande valor para difundir, além da ameaça comunista, que o sistema capitalista era o mais viável e que os EUA eram os responsáveis pela salvação do mundo diante do perigo vermelho.
Findo esses tempos, vivemos hoje uma economia multipolar, onde o cenário econômico mundial é comandado por vários países e blocos econômicos, tendo, entretanto, os EUA à frente.
Assim sendo, a rivalidade ideológica – principalmente aquela transmitida nos filmes – perdeu sua razão de ser. Porém, evidências mostram que o foco da rivalidade desviou-se para outra parte da Ásia, sendo agora o mundo árabe o arquiinimigo dos EUA, e conseqüentemente de todo o mundo. Isso é comprobatório com o ataque às Torres Gêmeas seguida pela invasão ao Afeganistão e a Guerra do Iraque; sem esquecer do medo e da paranóia generalizada de tudo que se refere àquela região do globo.
Pegando carona no ódio entre Ocidente e Oriente a indústria do entretenimento aproveita-se agora para espalhar a idéia do perigo que aquele povo representa. Dessa forma a tal indústria começa mostrar em suas produções essa contenda como pano de fundo, seguindo os mesmos moldes daquelas realizadas durante a Guerra Fria.
Um exemplo fica por conta da série “24 horas”, grande sucesso em vários países transmitida recentemente pela Rede Globo. Nela um agente especial tem a super missão de salvar os EUA de um ataque terrorista e preservar a vida do presidente do país; tudo como nos velhos filmes só que agora ao invés de CIA X KGB, temos OCT X Talibã, Al Qaeda ou outra milícia árabe.
A questão pode parecer tola ou infundada, mas ao analisarmos a forma de como isso é transmitido e levar em consideração que acostumamos a receber sem nenhuma contestação tudo aquilo que é enviado pela nação mais ambiciosa, gananciosa e prepotente do planeta, essa pode ser mais uma sublime forma de propagar a todos a ideologia expansionista, xenófoba e imperialista dos EUA, que coloca sempre um país como principal responsável por algum perigo ou por alguma mazela mundial, justificando assim forma toda a barbárie cometida por eles a qualquer nação que seja.
É necessário avaliar se estamos realmente comprando pura diversão e entretenimento ou uma ideologia camuflada, imposta por um povo que tem como intenção dominar, explorar e colocar outros povos ao se jugo.

Marcelo Augusto da Silva - 22/03/2007

Uma entrada, três rotatórias

Ao ler o título desse artigo o leitor já deve se dar conta do que me refiro. Quem dirá quem trafega pela estrada que liga Casa Branca à são José do Rio Pardo.
O motorista da referida estrada se depara descaradamente com três rotatórias para chegar enfim à São José do Rio Pardo.
O que veio para solucionar o número exorbitante de mortes no trevo sinistro parece ter se emaranhado num dilema de proporções comparáveis ao número de mortes do antigo trevo. Ao menos as tais mortes se findaram.
A primeira rotatória que me refiro liga São Sebastião da Grama e Casa Branca à São José do Rio Pardo, na qual joga o motorista numa curva fechada, que instantaneamente já o remete a uma outra rotatória com curvas tão fechadas quanto aquela em que ele acaba de sair. Como se não bastasse as curvas o pobre motorista tem que decidir em poucos segundos qual acesso à cidade ele prefere, uma vez que os dois são tão próximos e tão mal sinalizados: o acesso principal em que o motorista percorre a Avenida Brasil e o acesso em que o motorista percorre a Avenida Perimentral, que convenhamos não é uma boa opção, mas como o tempo do condutor é tão escasso muitos acabam caindo na Perimetral, principalmente aqueles que vêm pela primeira vez à cidade, e depois de nela estar o acesso ao centro é complicado.
Terminado esse obstáculo tem agora o motorista a desagradável tarefa de ter que encarar mais uma rotatória, que liga a Avenida Brasil ao bairro Domingos de Silos. E´claro que há a total necessidade de atender aos moradores que penavam ao entrar no bairro por um cruzamento perigoso; mas não seria mais prudente e menos oneroso ter construído uma única rotatória que solucionasse o problema dos acidentes e agregasse a entrada principal da cidade com o acesso ao bairro?
Ou será que é mais fácil construir rotatórias após rotatórias, conforme vão surgindo "novas idéias" ou necessidades?
Ao motorista só lhe resta confundir-se, pagar impostos e pedágios. Agora o que é mais viável, outra pessoa decide por ele.
Marcelo Augusto da Silva - 15/01/07