Nós não vamos pagar nada / Nós não vamos pagar nada / É tudo free, ta na hora / Agora é free, vamo embora / Dar lugar pros gringo entrar / Esse imóvel ta pra alugar”.
Aluga-se, Raul Seixas
A trajetória do Brasil foi marcada pelos laços de dependência desde os seus primórdios. Colônia e metrópole, liberdade e Império, república e presidentes militares, consolidação da democracia e capital financeiro internacional, foram os períodos antagônicos da História do país que nortearam a política brasileira e juntamente a economia e a sociedade.
Após séculos de exploração e pilhagem o Brasil deixa de ser uma colônia portuguesa, mas mesmo assim o modelo desse sistema agro-exportador e dependente ainda persiste na existência do país como sendo uma enorme cratera a aumentar e sugar tudo ao seu redor.
O 7 de setembro - data que se comemora nossa independência e a qual muitos não sabem o motivo do feriado e muito menos o que ele significa - foi muito mais uma mudança de dominação do que uma independência propriamente dita.
Se outrora os europeus aqui desembarcaram e montaram suas estruturas políticas, administrativas e econômicas para surrupiar o que tínhamos de melhor, hoje nações hegemônicas perpetuam o mesmo modelo exploratório, portanto, com muito mais facilidade, bastando apenas instalar suas multinacionais e transnacionais, ou então impor sua cultura e nos obrigar a sustentá-los indiscretamente através do consumo daquilo que nos “enfiam goela abaixo”.
Onde está a autonomia de um povo que despreza sua própria cultura e glorifica a dos outros, apesar desta não representar nada ou sequer significar algo para nós? Cadê o país soberano que no momento de tomar decisões fica amarrado a grupos empresariais ou ao capital externo? Cadê a auto-suficiência de consumir aquilo que é produzido aqui mesmo e não ter que entregar aos estrangeiros a preço de banana? Onde está o patriotismo de uma nação que tem vergonha das cores de sua própria bandeira, mas que se reveste como colorido de outros países? Cadê a soberania de um país que permite a exploração de nossos serviços e de nossas riquezas minerais e naturais por empresas estrangeiras devidamente autorizadas ou então por meios ilícitos?
A pseudo-independência do 7 de setembro de 1822 tardou a chegar. Por enquanto a real independência, no seu sentido mais amplo, certamente tardará muito mais a chegar. Quem viver, verá. Quem sabe.
Marcelo Augusto da Silva - 15/09/07
Após séculos de exploração e pilhagem o Brasil deixa de ser uma colônia portuguesa, mas mesmo assim o modelo desse sistema agro-exportador e dependente ainda persiste na existência do país como sendo uma enorme cratera a aumentar e sugar tudo ao seu redor.
O 7 de setembro - data que se comemora nossa independência e a qual muitos não sabem o motivo do feriado e muito menos o que ele significa - foi muito mais uma mudança de dominação do que uma independência propriamente dita.
Se outrora os europeus aqui desembarcaram e montaram suas estruturas políticas, administrativas e econômicas para surrupiar o que tínhamos de melhor, hoje nações hegemônicas perpetuam o mesmo modelo exploratório, portanto, com muito mais facilidade, bastando apenas instalar suas multinacionais e transnacionais, ou então impor sua cultura e nos obrigar a sustentá-los indiscretamente através do consumo daquilo que nos “enfiam goela abaixo”.
Onde está a autonomia de um povo que despreza sua própria cultura e glorifica a dos outros, apesar desta não representar nada ou sequer significar algo para nós? Cadê o país soberano que no momento de tomar decisões fica amarrado a grupos empresariais ou ao capital externo? Cadê a auto-suficiência de consumir aquilo que é produzido aqui mesmo e não ter que entregar aos estrangeiros a preço de banana? Onde está o patriotismo de uma nação que tem vergonha das cores de sua própria bandeira, mas que se reveste como colorido de outros países? Cadê a soberania de um país que permite a exploração de nossos serviços e de nossas riquezas minerais e naturais por empresas estrangeiras devidamente autorizadas ou então por meios ilícitos?
A pseudo-independência do 7 de setembro de 1822 tardou a chegar. Por enquanto a real independência, no seu sentido mais amplo, certamente tardará muito mais a chegar. Quem viver, verá. Quem sabe.
Marcelo Augusto da Silva - 15/09/07