quinta-feira, 7 de maio de 2009

Outra vez os skinheads

Há pouco tempo comentei em artigo nesse tablóide sobre o caso de agressão a uma brasileira na Suíça por um grupo de neonazistas. Depois do fechamento da edição a vítima confessou não ter sofrido a violência pelo bando, mas sim forjado o ataque para tentar receber indenização do Estado. Mesmo esse acontecimento não tenha ocorrido de fato o movimento neonazista é real, e apesar das críticas à brasileira, há a todo o momento ocorrência de casos de espancamento ou então outro tipo de ação cometida por esse grupo.
Nessa semana um episódio desse tipo foi registrado no Brasil, contrariando aqueles que ridicularizaram os que afirmam sobre a veracidade desses episódios e que acham que a existência dessas pessoas seria delírio de algum lunático, como foi em vários casos onde assisti pessoas afirmando não haver mais nazistas no mundo. No sul do país, região tida por muitos como a “mais desenvolvida de todas” houve além da comprovação da existência de skinheads, o assassinato de um casal integrante de uma dessas corporações pelos seus próprios membros..
O caso chamou a atenção pelo fato da organização em torno da causa nazista e o fanatismo em que os integrantes estão imersos. Assim como na década de 1930-1940 os alemães reverenciavam a personalidade de Hitler, tendo-o como ídolo e exemplo a ser seguido, estes sulistas também assim agem, pois na investigação sobre o crime foi encontrado um vídeo de uma festa de aniversário onde o aniversariante - por mais insensato que pareça - era o próprio ditador alemão. Aí verifica-se toda a cegueira em que estão envolvidas essas pessoas – não querendo condenar a admiração à alguma pessoa, desde que não seja um assassino – mas é ridículo comemorar o aniversário de alguém que já faleceu, ainda mais de um ser desprezível como este.
De tão aparelhada e doente que era essa célula do movimento que seus integrantes tinham projetos elaborados para a formação de um país composto somente por neonazistas, com direto a constituição e tudo que um Estado possui; é tenebroso pensar como seria a vivência em um local como esse.O crime acontecido reflete a frieza dessas pessoas e o pensamento desumano que eles preservam em relação ao próximo, a vida alheia para eles não significa nada, tudo se reduz à uma ideologia racista. Por conta de disputas internas pelo controle do grupo o casal foi assassinado friamente. Se isso foi feito a um membro deles, o que pode ser feito a alguém que está de fora, ainda mais se ele for negro, homossexual ou estrangeiro.
É claro que em um assassinato não há nada de positivo, mas este serviu para calar aqueles que insistem em não enxergar uma realidade que está bem diante de seus olhos. Repercutindo em toda a mídia o caso provou aos ingênuos de pensamento que o movimento existe inclusive aqui, está em pleno vigor e todos nós podemos ser uma vítima dele. O caso da brasileira pode ter desmoralizado nosso país e afetado as relações internacionais, posto que o Brasil se prontificou de imediato a tomar as atitudes cabíveis, mas esse creio que irá fazer muitos a repensarem sobre suas convicções.
Se o tempo não apagou as tristes marcas criadas pelo nazismo, a experiência e o bom senso tinham quase que obrigação colocar essa pessoa bem como a sua ideologia no rol dos ignóbeis e jogar uma pá de cal em tudo que lembre a doutrina nazista.
Marcelo Augusto da Silva - 08/05/09