quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Crise, demissões, desemprego.

A crise econômica que se iniciou nos EUA no ano passado a cada dia vai mostrando os seus efeitos cruéis como as demissões, falências, queda nas vendas, etc.. Em momentos de recessão como esse é inevitável a queda no consumo de determinados artigos, uma vez que a população ameaçada e sem alternativas, vai deixando de adquirir produtos não tão necessários ao seu dia-a-dia, dando assim prioridade àquilo que lhe é indispensável.
Como a atual economia capitalista global funciona de forma integrada, as consequencias de determinadas “falhas”, a exemplo da crise, vão se desdobrando e atingindo a todos, numa espécie de reação em cadeia, ou seja, se uma empresa começa a sentir os efeitos de uma irregularidade econômica, como a diminuição de vendas, para não agravar ainda mais sua situação a solução encontrada pelos seus responsáveis é a demissão, não importando no que isso implica ao empregado. Esse trabalhador agora desempregado vai ter que forçosamente diminuir seus gastos reduzindo suas compras, o que fará que o comércio sinta esse reflexo também, impulsionando dessa forma, outros setores e pessoas a também entrarem na tal crise.
Os dados divulgados das demissões nos últimos tempos tem sido assustadores, principalmente nos EUA, aonde o número de desempregados chega a 11 milhões de pessoas no início desse ano.
Apesar de ser muito mais do que preocupante, as demissões não são novidades no sistema capitalista; seu próprio mecanismo de funcionamento provoca o desemprego. A primeira Revolução Industrial no século XVIII, que a grosso modo pode ser entendida como o processo que determinou o trabalho assalariado e também o nascimento das relações trabalhistas atuais – antagônicas entre burguesia e proletariado – provocou o início do desemprego, que mais tarde tornava-se algo constante, já que a utilização de máquinas na produção reduzia cada vez a utilização de mão-de-obra. O enorme de contingente de desempregos nada mais é do que uma conseqüência desse sistema, podendo afirmar ser ele ainda necessário para o seu funcionamento e para a garantia de lucro das classes dominantes, uma vez que um número elevado de trabalhadores ociosos significa menores salários a serem pagos e assim maior lucratividade aos patrões.
Com as sequentes revoluções industriais que ocorreram, esse tipo de sistema foi se fechando e se perpetuando; os equipamento e máquinas cada vez mais foram tirando os empregos dos trabalhadores, onde a mecanização alcançou até o campo, substituindo quase que por completo o trabalho humano e acabando de vez com a agricultura familiar, condenando uma massa de camponeses a migrarem para as cidades, inchando as periferias e aumentando o número de desempregados.
Sendo um problema mundial, agravado por uma crise também mundial, mas não tendo suas causas atribuídas somente a ela, pouco ou quase nada se vê a ser feito para que o desemprego diminua. Há fóruns e debates econômicos entre países a todo o momento, mas nenhum trata desse problema, somente se discute como as empresas e os países vão continuar mantendo seus lucros. É claro que as elites se não importam com a vida da classe proletária, mas no fundo sabem que é da exploração do seu esforço, das más condições de trabalho e do salário injusto pago aos empregados que advêm seus ganhos exorbitantes. Fatalmente enquanto esse sistema opressivo continuar existindo sempre haverá desemprego, alguns momentos mais, alguns momentos menos.

Marcelo Augusto da Silva - 13/02/09