Era só mais uma dura, resquício de ditadura. Mostrando a mentalidade de quem se sente autoridade nesse tribunal de rua.
Tribunal de rua – O Rappa
Há alguns dias atrás houve um caso nos EUA em que um professor negro, ao tentar arrombar a porta de sua casa que estava com problemas, foi surpreendido pela polícia daquele país como sendo suspeito de estar roubando o imóvel. Depois foi preso sob a alegação de que ele teria desrespeitado e acusado os policiais de a girem com preconceito. Conforme afirmei nessa coluna a etnia do professor foi o fator decisivo para que uma suspeita sobre ele fosse levantada, reafirmando a tese de que o racismo é presente nas relações atuais.
No Brasil como muito é copiado do estrangeiro - principalmente o que não é positivo - tivemos na semana passada uma dessa triste experiência em que um negro foi abordado e tratado como ladrão devido a sua cor. O que difere o caso ocorrido aqui em relação ao dos EUA é que o brasileiro não só fez igual, fez pior.
Ao ver o vigilante Januário Alves de Santana de 39 anos abrindo a porta de seu EcoSport no estacionamento do Carrefour, cinco seguranças da rede de supermercados se aproximaram dele já o acusando de ladrão, sem dar ouvidos às suas explicações que se tratava de seu carro. A tragédia ainda continuou em um “quartinho” no supermercado o qual Santana assegura ter sido levado. Lá ele fora gravemente espancado e conforme afirmava que era seu o automóvel apanhava mais. Com a chegada de três policias que foram chamados para atender a ocorrência a situação se agravou ainda mais, pois os PM”s ironizavam dizendo que “com aquela cara ele deveria ter no mínimo três passagens pela polícia”. A violência só terminou quando os policiais se convenceram a ir até o carro de Januário para ele mostrar seus documentos que lá se encontravam.
Se nos aprofundarmos mais nesse acontecimento vemos que ele tem desdobramentos que o tornam ainda mais sério, pois nele há uma questão que preocupa tanto quanto o racismo e a violência prestada por essas pessoas. Pergunto quem são na realidade os profissionais contratados para oferecer esse tipo de serviço nos estabelecimentos, os quais estamos sujeitos a sermos abordados por eles a qualquer momento? Eles realmente têm o poder, mesmo atuando dentro de uma propriedade particular, de abordar pessoas? Eles têm o preparo necessário para lidar com essas situações, uma vez que mesmo na polícia onde o profissional passando por diversos testes e capacitações não age corretamente no exercício de sua função? Quem se responsabiliza se algum deles usar da força física contra o cidadão ou então da violência verbal?
Nada adianta o William Bonner, a marionete do clã Marinho, grupo capitalista estruturado em valores coloniais e racistas fazer uma expressão fingida de piedade e lamento em rede nacional ao findar a reportagem sobre esse caso, numa tentativa de solidarizar com os negros. Que esses fatos acontecem e são corriqueiros estamos cansados de saber, não adianta mais narrá-los, o que gostaríamos de ver é que isso venha a acabar.
Assim como a própria esposa da vítima concluiu, o presente nós sabemos como é, ele não difere muito daquele dos séculos passados; porém mais assustador do que ele é o futuro das pessoas que pertencem a uma minoria. Para se conquistar uma elevação no nível de relacionamento e sabedoria da população é necessário percorrer um longo caminho, onde os resultados serão colhidos no futuro; caminho que deveria ter se iniciado há muito tempo atrás, mas quer excepcionalmente se encontra em profundo atraso. Por isso quanto mais tarde começarmos a trilhá-lo, mais casos desses veremos acontecer.
O cenário atual nos mostra que infelizmente a concentração de renda, os valores arcaicos, o racismo e a ignorância ainda vão assombrar por muito tempo a vida dessas pessoas.
Tribunal de rua – O Rappa
Há alguns dias atrás houve um caso nos EUA em que um professor negro, ao tentar arrombar a porta de sua casa que estava com problemas, foi surpreendido pela polícia daquele país como sendo suspeito de estar roubando o imóvel. Depois foi preso sob a alegação de que ele teria desrespeitado e acusado os policiais de a girem com preconceito. Conforme afirmei nessa coluna a etnia do professor foi o fator decisivo para que uma suspeita sobre ele fosse levantada, reafirmando a tese de que o racismo é presente nas relações atuais.
No Brasil como muito é copiado do estrangeiro - principalmente o que não é positivo - tivemos na semana passada uma dessa triste experiência em que um negro foi abordado e tratado como ladrão devido a sua cor. O que difere o caso ocorrido aqui em relação ao dos EUA é que o brasileiro não só fez igual, fez pior.
Ao ver o vigilante Januário Alves de Santana de 39 anos abrindo a porta de seu EcoSport no estacionamento do Carrefour, cinco seguranças da rede de supermercados se aproximaram dele já o acusando de ladrão, sem dar ouvidos às suas explicações que se tratava de seu carro. A tragédia ainda continuou em um “quartinho” no supermercado o qual Santana assegura ter sido levado. Lá ele fora gravemente espancado e conforme afirmava que era seu o automóvel apanhava mais. Com a chegada de três policias que foram chamados para atender a ocorrência a situação se agravou ainda mais, pois os PM”s ironizavam dizendo que “com aquela cara ele deveria ter no mínimo três passagens pela polícia”. A violência só terminou quando os policiais se convenceram a ir até o carro de Januário para ele mostrar seus documentos que lá se encontravam.
Se nos aprofundarmos mais nesse acontecimento vemos que ele tem desdobramentos que o tornam ainda mais sério, pois nele há uma questão que preocupa tanto quanto o racismo e a violência prestada por essas pessoas. Pergunto quem são na realidade os profissionais contratados para oferecer esse tipo de serviço nos estabelecimentos, os quais estamos sujeitos a sermos abordados por eles a qualquer momento? Eles realmente têm o poder, mesmo atuando dentro de uma propriedade particular, de abordar pessoas? Eles têm o preparo necessário para lidar com essas situações, uma vez que mesmo na polícia onde o profissional passando por diversos testes e capacitações não age corretamente no exercício de sua função? Quem se responsabiliza se algum deles usar da força física contra o cidadão ou então da violência verbal?
Nada adianta o William Bonner, a marionete do clã Marinho, grupo capitalista estruturado em valores coloniais e racistas fazer uma expressão fingida de piedade e lamento em rede nacional ao findar a reportagem sobre esse caso, numa tentativa de solidarizar com os negros. Que esses fatos acontecem e são corriqueiros estamos cansados de saber, não adianta mais narrá-los, o que gostaríamos de ver é que isso venha a acabar.
Assim como a própria esposa da vítima concluiu, o presente nós sabemos como é, ele não difere muito daquele dos séculos passados; porém mais assustador do que ele é o futuro das pessoas que pertencem a uma minoria. Para se conquistar uma elevação no nível de relacionamento e sabedoria da população é necessário percorrer um longo caminho, onde os resultados serão colhidos no futuro; caminho que deveria ter se iniciado há muito tempo atrás, mas quer excepcionalmente se encontra em profundo atraso. Por isso quanto mais tarde começarmos a trilhá-lo, mais casos desses veremos acontecer.
O cenário atual nos mostra que infelizmente a concentração de renda, os valores arcaicos, o racismo e a ignorância ainda vão assombrar por muito tempo a vida dessas pessoas.
Marcelo augusto da Silva - 28/08/09