quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O momento das prefeituras mostrarem serviço

“meu irmão se liga no que eu vou te dizer, hoje ele pede seu voto amanhã manda a polícia lhe bater.”
Candidato caô caô – Walter meninão / Pedro Butina

Em todo período eleitoral a velha história se repete, os atuais prefeitos que são candidatos à reeleição e também aqueles que não se candidataram mas possuem alguém do seu grupo disputando o pleito, apresentam as suas armas e colocam todo o tipo de serviço público em execução.
Mesmo muitos eleitores não caindo mais nesse truque ultrapassado e não sendo mais tão manipulados e ludibriados como foram no passado, os municípios nessa época se transformam em um verdadeiro canteiro de obras, com vários tipos de serviços, edificações, reparos, modificações e construções sendo realizadas, muitas delas absolutamente inúteis.
Muito do que poderia e deveria ser feito durante os quatro ou oito anos de gestão fica guardado a sete chaves esperando essa hora para ser realizado, justamente para transmitir a idéia de trabalho, responsabilidade e dedicação que as “atuais administrações possuem”. Aliás, ao se falar nessas “qualificações” dos governos vale aqui lembrar que elas são muito usadas somente durante as campanhas eleitorais, mesmo os candidatos não tendo a mínima noção do seu real significado, pois o que importa a eles impressionar o eleitor para conquistá-lo.
Para se ter a noção dessa prática é só andar pelas ruas do centro e dos bairros das cidades que logo se vê asfaltos recapeados, rotatórias sendo construídas, iluminação reparada, variadas construções em acelerado andamento, antigos consertos realizados, ou então aquele “embelezamento” como um canteiro aqui, outro acolá, uma arborização e até mesmo a falta de respeito e de compromisso com os bairros em que muitos deles estão com as ruas mal iluminadas, esburacadas ou sem asfalto, as calçadas intransitáveis e o entulho sendo jogado a céu aberto e única melhoria que foi feita neles é a pintura das sarjetas com faixas brancas, como se isso talvez encobrisse todos os problemas que eles possuem.
Das duas uma: ou o povo não está assim tão consciente como se pensa a ponto de não cair numa estratégia furada como essa ou os políticos são ingênuos o suficiente que não se deram conta que isso é um recurso apelativo demais.
Tomara que seja a segunda opção, pois com tantos casos de corrupção, descaso e falta de responsabilidade por parte dos governantes que já é passada a hora do eleitorado enxergar a compra de votos e o toma lá dá cá desse momento e usar o seu título eleitoral contra esse tipo de político, não a seu favor, para que assim aos poucos essa estirpe entre enfim em extinção.
Marcelo Augusto da Silva - 08/08/08