quinta-feira, 14 de março de 2013

O que comemorar no dia 19 de março?


Esse mês nossa cidade completa mais um ano de vida, no entanto, mantém uma feição de quem ainda não cresceu; entrou no século XXI e preservou o mesmo aspecto imperial que tinha no momento de sua fundação. Conservamos ainda o separatismo, o elitismo e a preocupação individual ou familiar que havia naqueles anos da segunda metade do século XIX que inauguraram nossa existência.
Ao repensarmos sobre mais um ano completado, já vem a ideia de que se nesse período São José apresentou algum crescimento. Mas crescimento por aqui só vemos em algumas ruas do centro, o qual acontece sobre o custo da demolição das antigas casas que contavam nossa história, as quais rapidamente dão espaço para prédios vitrificados e de ângulos retos, feitos de maneira industrial, destinado ao aluguel para o comércio e afins. Quanto ao trânsito gerado por essa concentração comercial central, ainda não foi feito nada de eficiente; o terminal de ônibus urbano, por exemplo, continua esperando soluções, e o usuário desse transporte coletivo também.
A nossa política andou emperrada nos quatro últimos anos com uma fraca administração que não trouxe nenhuma mudança significativa para o município, marcando assim um período de retrocesso, uma vez que daqui em diante há necessidade de tempo e velocidade para recuperar o que uma gestão deixou de fazer. Seu resultado foi uma eleição marcada por uma fragmentação política carregada de tramoias, denúncias e arranjos políticos que terminou com um resultado vexatório, o qual diplomou um prefeito que não teve a maioria dos votos e que não representou em hipótese alguma um pleito justo.
No entanto, dentre muitos tropeço, tivemos resultados positivos, como a obra de tratamento de esgoto que certamente trará qualidade de vida e desenvolvimento econômico com a instalação de empresas. Contamos com que sua conclusão aconteça no prazo previsto.
Quanto à educação superior continuamos a esperar a vinda de uma instituição federal que venha a suprir a carência nessa área, dando oportunidade aos jovens realizarem seus estudos sem ter que investir uma considerável quantia - a qual na maioria das vezes não é compatível com a renda per capita do município - e que também venha a dar estímulo a eles a ficarem na cidade sem ter que ir buscar oportunidade de formação e atuação profissional em outros municípios. Lembremos ainda que a nossa FEUC, responsável pela vinda de tantos estudantes da região e pela formação profissional de muitos, a qual aguarda transferência para o sonhado Campus, embora agora conte com uma “bolsa de estudo” custeada pela prefeitura, ainda espera solução para o problema da diminuição de alunos e para a abertura de novos cursos.
E assim assistimos mais um ano passar diante de nossos olhos; e assim comemoramos mais um aniversário com a velha esperança de vermos assuntos de interesse coletivo sendo discutidos e debatidos junto à população (a maior interessada) e vermos a aplicação de propostas que venham a trazer melhorias. Enquanto isso continuamos a vislumbrar uma cidade com mais opções de lazer e cultura, com mais oportunidades aos jovens, com mais geração de emprego, com mais investimentos nas áreas de educação e saúde, e com mais recursos para a área social, que venham colaborar com a qualidade de vida do rio-pardense.
Esperamos também ver nossa cidade abandonar de vez a sua herança colonial, calcada no individualismo, na tradição familiar paternalista, na formação de grupos com interesses próprios, que contribuíram unicamente para a segregação da população rio-pardense e para a inércia do município.
Marcelo Augusto da Silva - 14/03/2013