sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Skinheads: os herdeiros do ódio

Não foi fato isolado ou um caso raro - independentemente de haver a possibilidade de ser uma farsa - a agressão da brasileira Paula Oliveira na Suíça por três skinheads. Na verdade há a todo o momento pessoas em diversas partes do mundo sendo vítimas desse grupo que, como mostrou a História e a evolução do comportamento humano, deveria ter sido extinto logo após o seu surgimento.
Inspirados na ideologia nazista criada e difundida por Adolf Hitler a partir da década de 1930 na Alemanha, os skinheads, conhecidos também como neonazistas, ou seja, os novos nazistas, colocam em prática o nacionalismo exacerbado, a doutrina da superioridade da raça branca, a xenofobia, o racismo e preconceito contra negros, homossexuais e estrangeiros, onde os acusam como responsáveis por problemas econômicos e sociais em seus países. Para eles a violência e o extermínio é a forma legítima de aplicarem sua ideologia.
Impulsionados por essa lógica racista, o grupo promove ataques a pessoas as quais sentem desprezo com os mais altos requintes de brutalidade, onde geralmente um indivíduo é vítima de vários skinheads sendo agredido com socos, pontapés, soco-inglês, golpes de facas e canivetes. Em diversas vezes muitas vítimas não resistem e acabam por falecer.
O Brasil não é uma exceção nesse quadro, pois há várias células de grupos de skinheads que “atuam” pelo país. O mais notório deles são os Carecas do ABC, que saem na noite das cidades da grande São Paulo e da capital paulista em bandos, com a cabeça raspada, vestindo camisetas pretas, calças camufladas e calçando pesados coturnos, promovendo a barbárie contra roqueiros cabeludos, estrangeiros e homossexuais. Um caso desses ataques ganhou destaque no noticiário no ano de 2000, pois um jovem foi espancado e morto por cerca de trinta carecas, incluindo rapazes e moças, na Praça da República em São Paulo, pelo fato de estar de mãos dadas com seu companheiro no momento em que cruzaram a praça, chamando a atenção dos skinheads que transitavam pelo local. De tão truculento que foi o ataque, o pai da vítima pode ouvir e o barulho dos ossos quebrados do corpo do rapaz no momento em que o vestia para o sepultamento.
Se a brasileira foi vítima ou não desses ataques, é uma questão a ser bem avaliada antes de ser julgada, pois há a possibilidade da Suíça querer eximir-se de culpa armando uma trama para que o caso soe como fraude, pois não é interessante para um país ter a imagem de intolerância contra os estrangeiros que nele residem. Mesmo se for constatada a suposta mentira, esse acontecimento não deve ser esquecido ou ignorado, ele deve servir de início de uma discussão para que haja um combate efetivo e punições severas àqueles que seguem e colocam em prática essa doutrina. Se as minorias foram e ainda são vítimas do preconceito por parte daqueles que se julgam superiores por conta de questões irrelevantes, já é tempo de haver soluções que acabem de vez com essas atitudes.
Para aqueles que rejeitam qualquer ato racista e que querem conhecer um pouco mais sobre os neonazistas há excelentes filmes que mostram o pensamento e a conduta desse grupo. Segue a dica a quem se interessar: This is England (2006, Inglaterra. Direção: Shane Meadows), Skinhead - A Força Branca (1992, Austrália. Direção:
Geoffrey Wright) e Um Skinhead no Divã (1993,Suécia. Direção:Suzanne Osten).
Marcelo Augusto da Silva - 20/02/09