Se as crises e revoltas no Oriente Médio e no norte da África são os assuntos do momento, elas por sua vez, não são acontecimentos contemporâneos nem muito menos passageiros.
Se formos lembrar o período em que a região sofreu com a expansão islâmica a partir do século VIII, já podemos apontar uma crise, uma vez que os árabes ao tomarem aquela região iniciaram um processo crítico ao impor - muitas vezes através da força bruta - sua religião e a sua cultura. A dominação islâmica deixa então um sério motivo para o desequilíbrio social, cultural e financeiro nos continentes africano e asiático
Se nessas áreas a presença árabe foi algo constante, na Europa ela não foi duradoura, pois no século XV o último reduto muçulmano foi expulso do continente, ficando nele somente uma interferência cultural, nada que desestruturasse a partir daí sua economia ou sua organização. Por outro lado os árabes continuaram a influenciar somente a África e a Ásia, como se pode notar atualmente através de países de forte ou total predominância islâmica aonde muitos possuem forte atuação de radicais islâmicos, que a todo momento apresentam alguma ameaça.
Livres do expansionismo muçulmano, mas vivendo a sua interferência, o século XVIII encerra a sua segunda metade com mais uma lástima para os povos desses dois continentes, dessa vez com a Europa invadindo e dominando-os para extrair tudo o que ela necessitava para expandir a sua industrialização. Novamente sem se importar com questões locais ou éticas os territórios foram divididos entre as potências econômicas européias do momento, acirrando ainda mais as rivalidades internas e dando a oportunidade futura de autoridades ditatoriais locais ascenderem ao poder.
Terminada a Primeira Guerra Mundial o contexto global já não mais possibilitava o domínio de um país sobre o outro, ao menos oficialmente como era até a segunda metade do século XX o que leva a Europa a abandonar a África e a Ásia – em alguns casos através de conflitos armados – embora ela não realiza a descolonização sem deixar seu interesse nos dois continentes.
No entanto, temos na década de 40 o inicio da Guerra Fria e a procura por maior área de influência econômica e ideológica por parte dos EUA e URSS e maior interesse ainda por um recurso abundante, de vital importância para o desenvolvimento e de enorme valor comercial: o petróleo. Se de um lado o fundamentalismo islâmico pode parecer uma ameaça ao ocidente, diferente agora da expansão islâmica, governos de países africanos ou do Oriente Médio com essa postura podem ser grandes colaboradores para dizimar a população local, para se apossar das reservas e fornecer o ouro negro àqueles que dele necessitam, que no caso continuam sendo os países da Europa (ao menos na primeira metade do século XX) e posteriormente a outros que dominam o cenário econômico mundial.
Nem sempre se pode atribuir a um ditador o caos instalado num país, é necessário avaliar a contribuição de outros num processo que resultou nas tiranias que vemos hoje serem abaladas. No caso em que assistimos atualmente o ocidente teve muito a contribuir com esse procedimento.
Para tornar as revoltas ainda mais significativas seria a vez de se pressionar os velhos culpados a assumirem sua parcela de responsabilidade pela desestabilização na região e se cobrar deles uma contribuição real e efetiva, longe de interesses ou troca de favores.
Se formos lembrar o período em que a região sofreu com a expansão islâmica a partir do século VIII, já podemos apontar uma crise, uma vez que os árabes ao tomarem aquela região iniciaram um processo crítico ao impor - muitas vezes através da força bruta - sua religião e a sua cultura. A dominação islâmica deixa então um sério motivo para o desequilíbrio social, cultural e financeiro nos continentes africano e asiático
Se nessas áreas a presença árabe foi algo constante, na Europa ela não foi duradoura, pois no século XV o último reduto muçulmano foi expulso do continente, ficando nele somente uma interferência cultural, nada que desestruturasse a partir daí sua economia ou sua organização. Por outro lado os árabes continuaram a influenciar somente a África e a Ásia, como se pode notar atualmente através de países de forte ou total predominância islâmica aonde muitos possuem forte atuação de radicais islâmicos, que a todo momento apresentam alguma ameaça.
Livres do expansionismo muçulmano, mas vivendo a sua interferência, o século XVIII encerra a sua segunda metade com mais uma lástima para os povos desses dois continentes, dessa vez com a Europa invadindo e dominando-os para extrair tudo o que ela necessitava para expandir a sua industrialização. Novamente sem se importar com questões locais ou éticas os territórios foram divididos entre as potências econômicas européias do momento, acirrando ainda mais as rivalidades internas e dando a oportunidade futura de autoridades ditatoriais locais ascenderem ao poder.
Terminada a Primeira Guerra Mundial o contexto global já não mais possibilitava o domínio de um país sobre o outro, ao menos oficialmente como era até a segunda metade do século XX o que leva a Europa a abandonar a África e a Ásia – em alguns casos através de conflitos armados – embora ela não realiza a descolonização sem deixar seu interesse nos dois continentes.
No entanto, temos na década de 40 o inicio da Guerra Fria e a procura por maior área de influência econômica e ideológica por parte dos EUA e URSS e maior interesse ainda por um recurso abundante, de vital importância para o desenvolvimento e de enorme valor comercial: o petróleo. Se de um lado o fundamentalismo islâmico pode parecer uma ameaça ao ocidente, diferente agora da expansão islâmica, governos de países africanos ou do Oriente Médio com essa postura podem ser grandes colaboradores para dizimar a população local, para se apossar das reservas e fornecer o ouro negro àqueles que dele necessitam, que no caso continuam sendo os países da Europa (ao menos na primeira metade do século XX) e posteriormente a outros que dominam o cenário econômico mundial.
Nem sempre se pode atribuir a um ditador o caos instalado num país, é necessário avaliar a contribuição de outros num processo que resultou nas tiranias que vemos hoje serem abaladas. No caso em que assistimos atualmente o ocidente teve muito a contribuir com esse procedimento.
Para tornar as revoltas ainda mais significativas seria a vez de se pressionar os velhos culpados a assumirem sua parcela de responsabilidade pela desestabilização na região e se cobrar deles uma contribuição real e efetiva, longe de interesses ou troca de favores.
Marcelo Augusto da Silva - 03/03/2011