quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Moro num triste país tropical

Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez, o Congresso continua a serviço de vocês.
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão pra roubar, renunciar voltar na próxima eleição.

Luís Inácio (300 deputados) – As Paralamas do Sucesso


O tom com que redijo o artigo dessa semana é de desânimo, aliado a um sentimento de revolta, diante de mais uma barbárie que vemos novamente acontecer, dentre inúmeras outras, cometida por nossos representantes.
São tantos os casos de corrupção que se torna impossível lembrar quais foram os anteriores, eles se misturam uns aos outros formando a massa de lama que cobre nosso país. A revolta se faz ainda mais aguçada por saber que os infames que nos representam estão lá com a permissão de nós mesmos, os eleitores, não todos eles, mas a maioria de cabeças vazias e desmemoriados que vendem o seu voto ou votam sem nenhuma consciência ou responsabilidade.
Digo isso respaldado por fortes e evidentes acontecimentos, como o caso atual do ex-presidente - que conquistou esse posto sendo um vice que cobriu a vacância do cargo - que esgotou todas as receitas de seu estado, o Maranhão, fazendo dele seu bordel particular; um legítimo representante de uma velha oligarquia que usa o poder público para seu benefício e da sua família; que condenou os maranhenses a um estado de miséria; que arruinou o país quando o governou e ainda se mantém ocupando um cargo tão importante quanto o executivo, fazendo dele, assim como sempre fez em toda a sua vida política, o instrumento de manutenção da suas regalias.
Infeliz destino da política brasileira que ao se livrar de um ditador caiu nas mãos de um senhor de engenho o qual nem tinha legitimidade para assumir o controle do Brasil, pois ele, bem como o falecido presidente eleito, não tinham tomado posse do cargo. Ainda temos que ouvir que o fato dele ter sido presidente é um forte argumento para não cassá-lo, sendo que na verdade isso só serve para mascarar o banditismo de sua vida pública.
Soma-se a essa baixaria um outro ex-presidente, representante da oligarquia alagoana, que também pilhou o país e se envolveu em sórdidos escândalos, que usa agora o plenário do Senado não para aprovar leis favoráveis à nação, mas sim para declamar injúrias, insultos e usar palavras de baixo calão para esconder seu passado condenável.
Dói fundo na alma saber mais uma vez que a panelinha de patifes foi armada, que a situação foi ajeitada fazendo com que mais um gatuno continue impune e a nos comandar. Sobrou a nós a somente a opção de pintar o nariz de vermelho e sentir o cheiro do orégano.
Estou num momento onde não consigo ver mais saídas para o caos que chegamos, estou por perder as esperanças em que chegue o dia que aqueles poucos políticos sérios e honestos ocupem altos cargos e consigam desenvolver um trabalho digno sem se atrelar com a bandidagem. Chega a dar náuseas todas as notícias que vejo vir de Brasília.
Às vezes tenho o desejo de ver todas as estruturas e instituições desaparecerem da Terra, que tudo se queime e que o homem volte aos estágios primitivos do desenvolvimento, pondo um fim em toda essa ganância, essa mesquinharia, essa falta de caráter e nessa indecência que a raça humana atingiu. Penso que assim tudo renasça, vindo novo e diferente. Um novo começo, uma nova oportunidade das coisas pegarem outro rumo que não seja mais o nível dessa realidade moribunda, fajuta, medíocre e falsa a qual estamos submetidos.
Marcelo Augusto da Silva - 17/08/09