“E as crianças brincam com a violência nesse cinema sem tela que passa na cidade. Que tempo mais vagabundo esse agora que escolheram pra gente viver?”
Cazuza / Frejat / Denise Barroso
Está circulando pela internet algumas fotos de um grave acidente ocorrido há pouco tempo numa das estradas próximas à São José do Rio Pardo. Chocantes e com um forte teor emocional as imagens mostram escancaradamente a tragédia. Muitos estão se interessando em ter acesso a tais fotos, cuja origem deve ser proveniente de alguém que se deslocava pela estrada no momento do acidente e que graças à tecnologia e à falta de bom senso pôde registrar as cenas com a câmera de um celular.
O que mais causa admiração nesse episódio não é a extrema curiosidade que as pessoas estão tendo em ver as fotos, mas sim o fato delas não causarem nenhuma sensação naqueles que a vêem, salvo raras exceções. Isso leva a supor que de certa forma nos acostumamos com a violência; de tanto vê-la, tornou-se banal.
O cinema e a televisão talvez sejam os maiores colaboradores dessa postura, uma vez que eles despejam todos os dias cenas da mais pura bestialidade, como se fosse algo natural, e nós assistimos passíveis a tudo.
Ao ver determinados filmes pode-se notar que a violência é colocada num nível de normalidade. Um exemplo fica por conta do filme Planeta Terror (Planet Terror, 2007, EUA, Direção Robert Rodriguez ), disponível em todas as locadoras, que lava a tela com sangue e atira constantemente pedaços de corpos humanos na frente do telespectador. A explicação dada pelos realizadores do filme - que trata da carnificina com certo toque de humor negro e bizarrice e eleva a violência a níveis estratosféricos - é que ele é uma homenagem dos diretores Quentin Tarantino (produtor da obra) e Robert Rodriguez aos filmes de terror que assistiam nas matinês na infância.
Se essa produção então é uma crítica ou uma homenagem, que embora vestida com esse rótulo vá incutir naqueles que não tem essa visão toda a violência que ela carrega; o que dizer então de outros tantos filmes que fazem da brutalidade a sua atração principal, em que sequer pensar nas sérias conseqüências que isso pode causar nas pessoas, principalmente nas crianças e jovens. Talvez esteja aí também a explicação de tantos casos nos EUA - os idealizadores de difusores desse tipo de filmes – em que jovens idolatram armas e que de uma hora para a outra provocam uma matança em colégios e universidades, como se a vida se misturasse com a ficção.
O paralelo traçado entre o caso do interesse e da normalidade na visualização das fotos e a procura por mais filmes de caráter violento, talvez possa levar à conclusão que a violência tornou algo natural dos nossos tempos e do nosso meio e isso faz com que ninguém se abale mais com ela.
Cazuza / Frejat / Denise Barroso
Está circulando pela internet algumas fotos de um grave acidente ocorrido há pouco tempo numa das estradas próximas à São José do Rio Pardo. Chocantes e com um forte teor emocional as imagens mostram escancaradamente a tragédia. Muitos estão se interessando em ter acesso a tais fotos, cuja origem deve ser proveniente de alguém que se deslocava pela estrada no momento do acidente e que graças à tecnologia e à falta de bom senso pôde registrar as cenas com a câmera de um celular.
O que mais causa admiração nesse episódio não é a extrema curiosidade que as pessoas estão tendo em ver as fotos, mas sim o fato delas não causarem nenhuma sensação naqueles que a vêem, salvo raras exceções. Isso leva a supor que de certa forma nos acostumamos com a violência; de tanto vê-la, tornou-se banal.
O cinema e a televisão talvez sejam os maiores colaboradores dessa postura, uma vez que eles despejam todos os dias cenas da mais pura bestialidade, como se fosse algo natural, e nós assistimos passíveis a tudo.
Ao ver determinados filmes pode-se notar que a violência é colocada num nível de normalidade. Um exemplo fica por conta do filme Planeta Terror (Planet Terror, 2007, EUA, Direção Robert Rodriguez ), disponível em todas as locadoras, que lava a tela com sangue e atira constantemente pedaços de corpos humanos na frente do telespectador. A explicação dada pelos realizadores do filme - que trata da carnificina com certo toque de humor negro e bizarrice e eleva a violência a níveis estratosféricos - é que ele é uma homenagem dos diretores Quentin Tarantino (produtor da obra) e Robert Rodriguez aos filmes de terror que assistiam nas matinês na infância.
Se essa produção então é uma crítica ou uma homenagem, que embora vestida com esse rótulo vá incutir naqueles que não tem essa visão toda a violência que ela carrega; o que dizer então de outros tantos filmes que fazem da brutalidade a sua atração principal, em que sequer pensar nas sérias conseqüências que isso pode causar nas pessoas, principalmente nas crianças e jovens. Talvez esteja aí também a explicação de tantos casos nos EUA - os idealizadores de difusores desse tipo de filmes – em que jovens idolatram armas e que de uma hora para a outra provocam uma matança em colégios e universidades, como se a vida se misturasse com a ficção.
O paralelo traçado entre o caso do interesse e da normalidade na visualização das fotos e a procura por mais filmes de caráter violento, talvez possa levar à conclusão que a violência tornou algo natural dos nossos tempos e do nosso meio e isso faz com que ninguém se abale mais com ela.
Marcelo Augusto da Silva - 25/07/08
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