quinta-feira, 10 de julho de 2008

Celulares, computadores e lixo eletrônico

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) divulgou essa semana que prevê - de acordo com o novo Plano Geral de Atualização da Regulamentação das Telecomunicações no Brasil (PGR) - que até o ano de 2018 o número de celulares no Brasil será de um para cada habitante, elevando dessa forma a atual quantidade de telefones móveis de 125 milhões para 250 milhões.
Há apenas 15 anos atrás os celulares, além de serem grandes o suficiente para se tornarem um incômodo, eram também um artigo de luxo; hoje praticamente todos as pessoas possuem o aparelho. A concorrência fez com que os preços despencassem e que novos e sofisticados modelos fossem surgindo no mercado, além de que a facilidade de crédito deu também a oportunidade a muitas pessoas de adquirirem o produto.
Na mesma proporção do consumo de celulares, um outro aparelho eletrônico que vem sendo cada vez mais conquistado é o microcomputador. Cada vez mais potentes e com maior capacidade de armazenamento de dados o computador também já faz parte da vida de muitos brasileiros.
Se por um lado a criação de novas tecnologias e a concorrência dão a chance de muitos se inserirem no mundo digital e das comunicações, um fator agravante já preocupa muitas entidades e ambientalistas, pois tantos os celulares quantos os computadores são superados em um breve espaço de tempo, tendo assim uma “vida útil” muito curta, não por baixa qualidade, mas sim pelo fato de serem lançados a todo momento novos modelos melhores e superiores que colocam os antigos em desuso.
Por ano são jogados no lixo 40 milhões de toneladas de microcomputadores e outros equipamentos eletrônicos que causam sérias ameaças ao meio ambiente e à saúde devido à presença de metais pesados e outros componentes tóxicos. A ONU preocupada com o aumento do consumo desses produtos e o seu descarte criou um programa chamado de StEP, que foi concebido para dar conta do lixo eletrônico. Se antes a preocupação era com os resíduos industriais, papel, plástico, esgoto, poluição e outros elementos que ameaçam a vida do planeta, agora tem-se a preocupação das sucatas eletrônicas que se amontoam em pilhas nos depósitos de lixo não tendo um destino correto. Da mesma forma que muitos objetos foram desenvolvidos para facilitar a vida das pessoas e enriquecer a de outros, como a invenção do plástico e dos descartáveis, sem dar-se a devida atenção às conseqüências que eles podem provocar ao meio ambiente, os eletrônicos seguem esse mesmo caminho. O planeta por sua vez está sentindo agora a pressão desse novo inimigo, pois aumenta-se a quantidade de produtos no mercado, aumenta-se o consumo em proporções cada vez maiores e não são desenvolvidas propostas ou medidas preventivas que garantam a sustentação do planeta.
Marcelo Augusto da Silva - 11/07/08

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