Nessa semana foi anunciada a demolição do antigo casarão do Artese, uma construção que compunha junto com o prédio do Mercado uma referência histórica do nosso município. A notícia foi lamentada por muitos, inclusive por aqueles que não são muito ligados a assuntos como preservação, história ou urbanismo. Sendo assim o velho prédio da família Artese tem seus dias contados.
Depois de muita polêmica e muita discussão acerca de seu destino e sobre a sua resistência, foi decidido enfim a solução final - embora ele será substituído por outro prédio que preservará suas dimensões e sua fachada original. Uma construção que causava fascínio a inúmeros rio-pardenses e visitantes terá o mesmo destino de outras tantas na nossa cidade, ou seja, a demolição.
É inegável o valor histórico do casarão do Artese. Os mais leigos no assunto de longe notam o valor que a obra tem para a memória da cidade, fato que dispensa qualquer avaliação ou certificação técnica.
Por outro lado, tendo em vista os tantos outros prédios e casas que foram transformados em entulho, não é de se estranhar que nada foi feito durante todos esses anos de abandono do casarão para que suas estruturas não sofressem avarias ou para que ele tivesse sido preservado. Quando os órgãos competentes foram criados ou quando eles agiram já havia algo comprometido na obra. O mesmo aconteceu com várias obras que em nome do progresso e da especulação foram desaparecendo da nossa cidade, dando lugar a prédios de linhas retas e fachadas transparentes como o único propósito de expandir a atividade econômica.
É possível adequar-se aos tempos sem soterrar o passado. É possível unir desenvolvimento e história. Porém é impossível aceitar que não se discuta soluções que não priorize somente alguns grupos. O espaço deixado pelo casarão do Artese jamais será preenchido.
É inaceitável não se pensar em deixar o passado vivo para os que aqui viverão e construirão as suas vidas; passado que presenciou momentos marcantes como a Proclamação da República antecipada, o nascimento de Os Sertões, a Revolução de 1932, além do período glorioso da produção cafeeira que fez nossa cidade germinar e que por mais que alguns lutem para manter esse passado presente, outros tantos conseguem que ele se perca.
Ambigüidade é o termo correto para classificar a postura de nossa cidade já que ao mesmo tempo em que se tenta transformá-la em um pólo turístico, não se preserva a sua memória.
Quem sabe a partir desse ocorrido se ponha um fim na onda de devastação que nossa arquitetura vem sofrendo há décadas, embora seja tarde demais, pois o que sobrou foi uma construção ou outra. Ou quem sabe então isso aos poucos vá mudando o pensamento de boa parte dos rio-pardenses e que eles passem a valorizar aquilo que vai muito além do material.
Se assim for as obras hoje construídas possam ser mantidas num futuro e aqueles que lá viverem terão a oportunidade de saber como eram os nossos dias.
Depois de muita polêmica e muita discussão acerca de seu destino e sobre a sua resistência, foi decidido enfim a solução final - embora ele será substituído por outro prédio que preservará suas dimensões e sua fachada original. Uma construção que causava fascínio a inúmeros rio-pardenses e visitantes terá o mesmo destino de outras tantas na nossa cidade, ou seja, a demolição.
É inegável o valor histórico do casarão do Artese. Os mais leigos no assunto de longe notam o valor que a obra tem para a memória da cidade, fato que dispensa qualquer avaliação ou certificação técnica.
Por outro lado, tendo em vista os tantos outros prédios e casas que foram transformados em entulho, não é de se estranhar que nada foi feito durante todos esses anos de abandono do casarão para que suas estruturas não sofressem avarias ou para que ele tivesse sido preservado. Quando os órgãos competentes foram criados ou quando eles agiram já havia algo comprometido na obra. O mesmo aconteceu com várias obras que em nome do progresso e da especulação foram desaparecendo da nossa cidade, dando lugar a prédios de linhas retas e fachadas transparentes como o único propósito de expandir a atividade econômica.
É possível adequar-se aos tempos sem soterrar o passado. É possível unir desenvolvimento e história. Porém é impossível aceitar que não se discuta soluções que não priorize somente alguns grupos. O espaço deixado pelo casarão do Artese jamais será preenchido.
É inaceitável não se pensar em deixar o passado vivo para os que aqui viverão e construirão as suas vidas; passado que presenciou momentos marcantes como a Proclamação da República antecipada, o nascimento de Os Sertões, a Revolução de 1932, além do período glorioso da produção cafeeira que fez nossa cidade germinar e que por mais que alguns lutem para manter esse passado presente, outros tantos conseguem que ele se perca.
Ambigüidade é o termo correto para classificar a postura de nossa cidade já que ao mesmo tempo em que se tenta transformá-la em um pólo turístico, não se preserva a sua memória.
Quem sabe a partir desse ocorrido se ponha um fim na onda de devastação que nossa arquitetura vem sofrendo há décadas, embora seja tarde demais, pois o que sobrou foi uma construção ou outra. Ou quem sabe então isso aos poucos vá mudando o pensamento de boa parte dos rio-pardenses e que eles passem a valorizar aquilo que vai muito além do material.
Se assim for as obras hoje construídas possam ser mantidas num futuro e aqueles que lá viverem terão a oportunidade de saber como eram os nossos dias.
Marcelo Augusto da Silva - 02/10/08
Um comentário:
Meu caro amigo Marcelo,
É de se lamentar a atitude ambígua da administração municipal.Fazer de nossa cidade uma referência turística requer o cuidado de se conservarem vivas as estruturas de nosso passado, sem que para isso se retarde a expansão do nosso bem estruturado comércio.Infelizmente alguns responsáveis por nosso patrimônio histórico acham "feio o que não é espelho", mas se fosse a vitrine de uma nova,moderna e suntuosa loja...
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