Quando adquiri em 1984 o primeiro disco da Legião Urbana – um dos clássicos do rock nacional da década – a faixa Baader-Meinhof Blues me chamou a atenção já com as primeiras frases, as quais Renato Russo cantava “a violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais”, porém toda idéia que ele transmitia em forma de música era pra mim algo desconexo, pois não sabia o contexto da obra em si.
Com o tempo fui saber que Baader-Meinhof tratava-se do apelido dado à RAF (Facção Exército Vermelho, em alemão Rote Armee Fraktion) um grupo de extrema esquerda da Alemanha que agiu na década de 1970 e foi extinto em 1998, e que foi tema do filme O grupo “Baader-Meinhof “dirigido por Uli Edel, onde estreou nos cinemas em 2008 e chegou às locadoras recentemente.
O filme enfoca bem a personalidade dos principais integrantes do grupo e os motivos que levaram à sua formação, que dentro dos acontecimentos daquela década era a luta contra o governo da Alemanha ocidental sob a alegação de permanência de uma ideologia nazista, o capitalismo e o imperialismo estadunidense, a Guerra do Vietnã, a criação do Estado de Israel em territórios palestinos e a fabricação de armas nucleares. O apelido dado ao grupo nasceu da junção dos sobrenomes do seu líder e de uma jornalista que o ajudou numa fuga histórica da prisão, numa espécie de referência ao episódio e aos dois integrantes em si.
Apesar de ser uma produção alemã o filme tem toda aquela dinâmica do gênero ação, principalmente nas cenas em que há a atuação do grupo, uma vez que para conquistar a efetivação dos seus propósitos, eles aderiram à luta armada e iniciaram uma tática de ataques e confrontos com seus opositores, que sempre eram recheados de violência - justificada por eles como uma resposta à violência a qual foi dada ao grupo pelo governo - e também pelas investidas contra os bancos para arrecadar fundos para financiar esses ataques. Aliás, o grupo não se referia a essas ações como roubo, mas sim como expropriação, do mesmo modo que a esquerda armada brasileira utilizou do termo no período da ditadura militar, onde se tomava o dinheiro do capital financeiro, que crescia com a exploração da população, para destiná-lo dignamente numa causa que iria favorecer essa mesma população.
Antes de assistir ao filme vi o seu trailer (disponível no youtube) e de início já notei que a questão do terrorismo era bem evidenciada, como se tivesse uma preocupação muito grande por parte do diretor em caracterizar o grupo dessa maneira, numa forma de ligá-los ao terrorismo atual. Um ato violento contra um prédio público ou privado é considerado terrorismo, principalmente seu houver vítimas, no entanto os motivos desses atentados da década de 70 e são bem diferentes dos atuais, o que não se pode relacionar ao terrorismo de hoje nem querer entender o mundo atual pelas atividades do grupo alemão assim como sugere, embora nas entrelinhas, o filme e mais enfaticamente o trailer. Hoje o terrorismo está associado ao fundamentalismo que antes de qualquer coisa tem um intuito totalmente religioso, o que não pode ser confundido com as ações do Baader-Meinhof, cujos propósitos eram políticos e sociais.
Só depois de vê-lo é que se constata a diferenciação daquele momento com o de hoje, as ideologias latentes e o desejo dos jovens em mudarem o mundo e se arriscarem na conquista desse objetivo são bem distantes do que temos atualmente. De qualquer forma o filme é uma boa indicação para quem quer ir mais a fundo na canção da Legião Urbana, conhecer o mundo no período da Guerra Fria e tirar suas próprias conclusões sobre qual o melhor caminho para se reverter uma situação de opressão e violência.
Com o tempo fui saber que Baader-Meinhof tratava-se do apelido dado à RAF (Facção Exército Vermelho, em alemão Rote Armee Fraktion) um grupo de extrema esquerda da Alemanha que agiu na década de 1970 e foi extinto em 1998, e que foi tema do filme O grupo “Baader-Meinhof “dirigido por Uli Edel, onde estreou nos cinemas em 2008 e chegou às locadoras recentemente.
O filme enfoca bem a personalidade dos principais integrantes do grupo e os motivos que levaram à sua formação, que dentro dos acontecimentos daquela década era a luta contra o governo da Alemanha ocidental sob a alegação de permanência de uma ideologia nazista, o capitalismo e o imperialismo estadunidense, a Guerra do Vietnã, a criação do Estado de Israel em territórios palestinos e a fabricação de armas nucleares. O apelido dado ao grupo nasceu da junção dos sobrenomes do seu líder e de uma jornalista que o ajudou numa fuga histórica da prisão, numa espécie de referência ao episódio e aos dois integrantes em si.
Apesar de ser uma produção alemã o filme tem toda aquela dinâmica do gênero ação, principalmente nas cenas em que há a atuação do grupo, uma vez que para conquistar a efetivação dos seus propósitos, eles aderiram à luta armada e iniciaram uma tática de ataques e confrontos com seus opositores, que sempre eram recheados de violência - justificada por eles como uma resposta à violência a qual foi dada ao grupo pelo governo - e também pelas investidas contra os bancos para arrecadar fundos para financiar esses ataques. Aliás, o grupo não se referia a essas ações como roubo, mas sim como expropriação, do mesmo modo que a esquerda armada brasileira utilizou do termo no período da ditadura militar, onde se tomava o dinheiro do capital financeiro, que crescia com a exploração da população, para destiná-lo dignamente numa causa que iria favorecer essa mesma população.
Antes de assistir ao filme vi o seu trailer (disponível no youtube) e de início já notei que a questão do terrorismo era bem evidenciada, como se tivesse uma preocupação muito grande por parte do diretor em caracterizar o grupo dessa maneira, numa forma de ligá-los ao terrorismo atual. Um ato violento contra um prédio público ou privado é considerado terrorismo, principalmente seu houver vítimas, no entanto os motivos desses atentados da década de 70 e são bem diferentes dos atuais, o que não se pode relacionar ao terrorismo de hoje nem querer entender o mundo atual pelas atividades do grupo alemão assim como sugere, embora nas entrelinhas, o filme e mais enfaticamente o trailer. Hoje o terrorismo está associado ao fundamentalismo que antes de qualquer coisa tem um intuito totalmente religioso, o que não pode ser confundido com as ações do Baader-Meinhof, cujos propósitos eram políticos e sociais.
Só depois de vê-lo é que se constata a diferenciação daquele momento com o de hoje, as ideologias latentes e o desejo dos jovens em mudarem o mundo e se arriscarem na conquista desse objetivo são bem distantes do que temos atualmente. De qualquer forma o filme é uma boa indicação para quem quer ir mais a fundo na canção da Legião Urbana, conhecer o mundo no período da Guerra Fria e tirar suas próprias conclusões sobre qual o melhor caminho para se reverter uma situação de opressão e violência.
Marcelo Augusto da Silva - 05/02/10
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