Aonde leva essa loucura?
Qual é a lógica do sistema?
Onde estavam as armas químicas?
O que diziam os poemas?
Armas
Químicas e Poemas
- Engenheiros do Hawaii
As tensões envolvendo a Síria e os EUA
continuam a causar polemicas. De um lado o ditador Bashar al-Assad afirma “que
seu país é capaz de fazer frente a qualquer agressão estrangeira”, do outro o
líder da nação mais hegemônica do mundo defende uma intervenção militar como
uma medida para garantir a punição ao governante sírio, além de proteção e
estabilidade na região. O governo estadunidense para justificar sua entrada na
Síria afirma ter comprovações de uso de armas químicas – proibidas de serem
utilizadas de acordo com Convenção assinada em 1997 – na forma de gás sarin,
substância que ataca o sistema nervoso das vítimas e provoca parada
respiratória.
Tal atitude do governo Obama mantém o mesmo
comportamento de Bush, muito criticado no mundo por suas atitudes unilaterais e
belicosas, o qual invadiu o Iraque em 2003 sob a alegação questionável de o
país conter também armas químicas. Da mesma maneira que a invasão ao Iraque,
essa intervenção não pune somente o governante do país, mas sim toda a
população, ao submetê-la a uma guerra e a condições de refúgio, falta de
abastecimento, violência e o sofrimento com a morte de familiares. Nessa
semana, no entanto, para não se autoclassificar como único responsável pelo
ataque, Obama comunicou que deve dar o aval à invasão de acordo com a decisão
do Congresso estadunidense, retirando de si próprio o peso dessa
responsabilidade.
Bashar por sua vez não se mostra tímido
diante da ameaça dos EUA, muito pelo contrário, se reserva no direito de
resistir e revidar usando obviamente de meio belicosos. A postura do ditador em
frente a essa situação indica que, caso a intervenção estadunidense se
confirmar, teremos um confronto extenso com consequências graves a toda
população síria.
No fundo essa ameaça intervencionista só
reforça o antagonismo e a rivalidade entre Oriente e Ocidente, mostrando que
ambos são intolerantes em relação a cultura oposta. Já para os EUA, a guerra
civil síria tem servido de subterfúgio para impor sua hegemonia e domínio no
Oriente; para os fundamentalistas islâmicos servirá como um pretexto a mais
para destilarem seu extremismo.
Os estadunidenses na condição de ocupantes de
cadeiras em setores estratégicos da ONU, bem como a própria Organização em si,
deveriam ter atitudes dignas diante desse caso e buscar medidas que indiquem
uma saída desse conflito interno e também meios de promoção a uma transição de
governo sírio que não cause prejuízos à população.
Conduzir uma invasão só vai aumentar a
intolerância dos islâmicos contra o Ocidente; abrirá um precedente para que os jihadistas
com seu extremismo arregimente ainda mais as crianças a formarem milícias
favoráveis ao fundamentalismo e provocará mais retaliações contra seu próprio
povo e contra outros povos.
Marcelo Augusto da Silva - 05/09/2013
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