Esse mês nossa cidade completa mais um ano de
vida, no entanto, mantém uma feição de quem ainda não cresceu; entrou no século
XXI e preservou o mesmo aspecto imperial que tinha no momento de sua fundação. Conservamos
ainda o separatismo, o elitismo e a preocupação individual ou familiar que
havia naqueles anos da segunda metade do século XIX que inauguraram nossa
existência.
Ao repensarmos sobre mais um ano completado,
já vem a ideia de que se nesse período São José apresentou algum crescimento.
Mas crescimento por aqui só vemos em algumas ruas do centro, o qual acontece sobre
o custo da demolição das antigas casas que contavam nossa história, as quais rapidamente
dão espaço para prédios vitrificados e de ângulos retos, feitos de maneira
industrial, destinado ao aluguel para o comércio e afins. Quanto ao trânsito
gerado por essa concentração comercial central, ainda não foi feito nada de
eficiente; o terminal de ônibus urbano, por exemplo, continua esperando
soluções, e o usuário desse transporte coletivo também.
A nossa política andou emperrada nos quatro
últimos anos com uma fraca administração que não trouxe nenhuma mudança
significativa para o município, marcando assim um período de retrocesso, uma
vez que daqui em diante há necessidade de tempo e velocidade para recuperar o
que uma gestão deixou de fazer. Seu resultado foi uma eleição marcada por uma
fragmentação política carregada de tramoias, denúncias e arranjos políticos que
terminou com um resultado vexatório, o qual diplomou um prefeito que não teve a
maioria dos votos e que não representou em hipótese alguma um pleito justo.
No entanto, dentre muitos tropeço, tivemos
resultados positivos, como a obra de tratamento de esgoto que certamente trará
qualidade de vida e desenvolvimento econômico com a instalação de empresas.
Contamos com que sua conclusão aconteça no prazo previsto.
Quanto à educação superior continuamos a
esperar a vinda de uma instituição federal que venha a suprir a carência nessa
área, dando oportunidade aos jovens realizarem seus estudos sem ter que
investir uma considerável quantia - a qual na maioria das vezes não é
compatível com a renda per capita do
município - e que também venha a dar estímulo a eles a ficarem na cidade sem
ter que ir buscar oportunidade de formação e atuação profissional em outros
municípios. Lembremos ainda que a nossa FEUC, responsável pela vinda de tantos
estudantes da região e pela formação profissional de muitos, a qual aguarda transferência
para o sonhado Campus, embora agora conte com uma “bolsa de estudo” custeada
pela prefeitura, ainda espera solução para o problema da diminuição de alunos e
para a abertura de novos cursos.
E assim assistimos mais um ano passar diante
de nossos olhos; e assim comemoramos mais um aniversário com a velha esperança
de vermos assuntos de interesse coletivo sendo discutidos e debatidos junto à
população (a maior interessada) e vermos a aplicação de propostas que venham a
trazer melhorias. Enquanto isso continuamos a vislumbrar uma cidade com mais
opções de lazer e cultura, com mais oportunidades aos jovens, com mais geração
de emprego, com mais investimentos nas áreas de educação e saúde, e com mais recursos
para a área social, que venham colaborar com a qualidade de vida do
rio-pardense.
Esperamos também ver nossa cidade abandonar
de vez a sua herança colonial, calcada no individualismo, na tradição familiar
paternalista, na formação de grupos com interesses próprios, que contribuíram
unicamente para a segregação da população rio-pardense e para a inércia do
município.
Marcelo Augusto da Silva - 14/03/2013
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