sábado, 7 de junho de 2008

As caras da violência

Quando se fala em violência a imagem que vem à mente em primeiro lugar é aquela associada à agressão física de uma pessoa à outra, independente do motivo. O problema da violência virou tema prioritário nos debates, nas reportagens da mídia em geral, nas salas de aula e nas conversas informais, somente para citar alguns exemplos. A violência pesa sobre a população.
Se discutir sobre o assunto se torna necessário, resolvê-lo torna-se urgente e indispensável. Não podemos afirmar em que situação se chegará com o aumento da violência nessas proporções.
Esse mal é ainda pior, pois infelizmente a violência não se restringe somente ao fato de um ser humano agredir a outro, independente desse ato ocasionar a morte ou não. Atualmente convivemos com a violência em vários lugares, em várias situações e em variadas formas e talvez por ser tão corriqueira não nos damos conta dela.
Podemos encontrá-la em várias formas como num governo que nega ao contribuinte aquilo que por lei é seu direito; num órgão público ou privado que obriga o indivíduo a esperar horas numa fila e ainda ser mal atendido por um profissional que não é qualificado para a função ou sequer se comove como o problema alheio; num programa televisivo de baixíssima qualidade que coloca um personagem em uma condição inferior e por esse fato o ridiculariza e transforma-o em uma piada que vai ser repetida e passada adiante, tomando conta do vocabulário de crianças e adultos na vida real; num pai ou numa mãe que nega um carinho ao próprio filho; num patrão que explora e humilha seu funcionário; num comercial que esnoba luxo e mercarias exuberantes enquanto a maioria das pessoas não sabem o que vão comer no dia seguinte; numa pessoa que espera durante um longo tempo uma outra terminar de consumir um líquido para pegar a latina e juntá-la a tantas outras para fazer um trocado.
Desde os primeiros anos de vida o ser humano já vive em meio à violência; é fácil perceber prestando atenção nos desenhos que são exibidos às crianças que fazem da violência o lema principal, e passada a infância são os filmes que primam a brutalidade, o domínio de um ser pelo outro e na dualidade entre explorador e explorado que vão acompanhar a vida do indivíduo. De tanto conviver com a violência, ela tornou-se comum.
Pequenos detalhes que muitas vezes tornam-se imperceptíveis aos nossos olhos avolumam o problema e o deixa mais complexo; faz com que a saída torna-se mais distante. Se é urgente encontrar soluções para acabar com a violência, é igualmente urgente acabar com ela em todas suas as formas, só assim poderemos pensar em uma sociedade justa e que viva em plena paz.
Marcelo Augusto da Silva - 15/02/08

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