segunda-feira, 9 de junho de 2008

Da diversão à dependência

A sociedade mundial passa por diversas transformações, muito rápidas e muito significativas, em um curto espaço de tempo. Na mesma rapidez que o tempo parece passar a tecnologia cria inovações a cada momento e o comportamento humano inevitavelmente, ou por que não dizer lamentavelmente, acompanha essa transformação.
É comum vermos muitas pessoas dependentes de várias substâncias, ou de várias coisas; não é raro também ver muitas pessoas angustiadas e aflitas, parecendo não se encontrar em qualquer lugar ou situação. O mais preocupante é que uma parcela jovem da sociedade compõe esse grupo.
É obvio que a tecnologia trás muitos benefícios e conforto ao indivíduo e à sociedade, mas também ela tem seu lado maléfico e muitas vezes destrutivo. Um exemplo desse malefício já pode ser constatado em alguns países como Alemanha, Coréia do Sul, Holanda e EUA em que está em pleno funcionamento clínicas especializadas no tratamento da dependência de jogos eletrônicos.
Se num passado não muito distante as crianças e os adolescentes mal tinham a preocupação em saber o horário do dia, e o quintal ou a rua era a parte principal de seu mundo, hoje eles estão cada vez mais aprisionados diante da televisão ou do computador, seja assistindo algum programa, ou entretido em algum jogo muitas vezes violento.
Se podemos apontar como algum exemplo de benefícios da tecnologia a invenção de aparelhos médicos que salvam muitas vidas ou na integração entre as pessoas que a comunicação atual possibilita, o vício das crianças e dos jovens pelo computador e pelo vídeo game é um dos seus grandes malefícios.
Atrás dele vem muitos outros problemas relacionados como a falta de estudo, o isolamento, o mau uso da língua, a violência etc. Cada vez mais as crianças estão se fechando dentro de seus quartos e mergulhando no mundo da fantasia proporcionado pela indústria eletrônica, deixando assim de se relacionar, viver outras emoções, descobrir o mundo ao seu redor. Uma situação em que um divertimento vira um vício e um transtorno para a pessoa e para a família deve ser encarado como algo muito sério.
No Brasil essas tais clínicas ainda são novidades e como o país não investe em pesquisas, não se sabe o número exato de crianças e jovens que estão apresentando um quadro de dependência dos jogos eletrônicos, mas observando o comportamento das pessoas dessa faixa etária é suficiente para concluir que por aqui a situação também é séria.

Marcelo Augusto da Silva - 19/04/08

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