São indiscutíveis os benefícios que o esporte trás ao indivíduo, às comunidades e até aos países. Através dele as pessoas se valorizam e as nações se aproximam e se unem. Sua capacidade de integração e harmonia é tão grande, que na Grécia antiga estabelecia-se uma paz sagrada entre as cidades-Estados durante os jogos olímpicos.
A realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro no mês de julho chama a atenção não somente pela importância do esporte nesse sentido, mas sim para uma real justificativa quanto ao custo da realização de um evento desse porte.
É sabido por todos a condição social do Brasil, país em desenvolvimento, cujo povo amarga com o descaso político, a falta de assistência médica, educação, emprego, e até mesmo de condições mínimas para a sobrevivência de um ser humano. No entanto, este mesmo país que vive atolado na miséria viu jorrar de seus cofres públicos uma cifra superior a R$ 4 bilhões em gastos com infra-estrutura para a realização das disputas esportivas, além da suspeita de desvio de verbas e superfaturamento das obras. Tamanha é a insignificância do brasileiro que um acontecimento esportivo tem mais importância que a sua própria existência.
Enquanto os corpos saudáveis e os sorrisos abertos dos atletas do continente americano se mostravam, milhares de crianças dormiam a céu aberto, outras trabalhavam para o tráfico nos morros cariocas ou pediam esmolas nos cruzamentos da cidade maravilhosa; mendigos vagavam pelas ruas; trabalhadores davam seu suor e recebiam muito pouco por isso; uns tantos passavam o dia na fila de um hospital para tentar ser atendido; mais um recém nascido era abandonado pela mãe em alguma rua imunda; ou então a guerra entre traficantes e polícia matava mais um inocente que sequer deve ter sido lembrado pela mídia, pois esta estava ocupada em divulgar as notícias dos jogos.
Enquanto o Brasil conquistava um belo desempenho no ranking de medalhas no Pan-Americano, conquistava-se também uma posição de destaque no número de desempregados, analfabetismo, insegurança ou acesso à saúde.
A emoção toma conta do ser humano, inebria, cega. Por isso o brasileiro não pôde ver o verdadeiro país campeão que é o seu: campeão em violência, corrupção, miséria, desigualdade, etc.
Marcelo Augusto da Silva - 03/08/07
A realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro no mês de julho chama a atenção não somente pela importância do esporte nesse sentido, mas sim para uma real justificativa quanto ao custo da realização de um evento desse porte.
É sabido por todos a condição social do Brasil, país em desenvolvimento, cujo povo amarga com o descaso político, a falta de assistência médica, educação, emprego, e até mesmo de condições mínimas para a sobrevivência de um ser humano. No entanto, este mesmo país que vive atolado na miséria viu jorrar de seus cofres públicos uma cifra superior a R$ 4 bilhões em gastos com infra-estrutura para a realização das disputas esportivas, além da suspeita de desvio de verbas e superfaturamento das obras. Tamanha é a insignificância do brasileiro que um acontecimento esportivo tem mais importância que a sua própria existência.
Enquanto os corpos saudáveis e os sorrisos abertos dos atletas do continente americano se mostravam, milhares de crianças dormiam a céu aberto, outras trabalhavam para o tráfico nos morros cariocas ou pediam esmolas nos cruzamentos da cidade maravilhosa; mendigos vagavam pelas ruas; trabalhadores davam seu suor e recebiam muito pouco por isso; uns tantos passavam o dia na fila de um hospital para tentar ser atendido; mais um recém nascido era abandonado pela mãe em alguma rua imunda; ou então a guerra entre traficantes e polícia matava mais um inocente que sequer deve ter sido lembrado pela mídia, pois esta estava ocupada em divulgar as notícias dos jogos.
Enquanto o Brasil conquistava um belo desempenho no ranking de medalhas no Pan-Americano, conquistava-se também uma posição de destaque no número de desempregados, analfabetismo, insegurança ou acesso à saúde.
A emoção toma conta do ser humano, inebria, cega. Por isso o brasileiro não pôde ver o verdadeiro país campeão que é o seu: campeão em violência, corrupção, miséria, desigualdade, etc.
Marcelo Augusto da Silva - 03/08/07
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